Coisa de rico: Michel Alcoforado chega a Salvador com status de best-seller

Coisa de rico: Michel Alcoforado chega a Salvador com status de best-seller

Redação Alô Alô Bahia

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Publicado em 21/10/2025 às 22:39 / Leia em 4 minutos

Ele é o momento. O carioca Michel Alcoforado é dono de um currículo acadêmico extenso e invejável, mas tem sido centro dos holofotes por ser o autor de um dos atuais best-sellers do mercado editorial brasileiro: “Coisa de Rico – A Vida dos Endinheirados Brasileiros” (Editora Todavia). Lançado em agosto de 2025, o livro rapidamente se tornou um fenômeno, permanecendo entre os 10 mais vendidos da Lista Nielsen-PublishNews de Mais Vendidos de Não Ficção Trade até a semana passada. Agora, a convite do Alô Alô Bahia, o antropólogo e escritor finalmente chega a Salvador no próximo dia 6 de novembro para também lançar aqui esse que é um dos títulos mais procurados do país.

A obra é fruto de uma pesquisa de longa data do autor. Reconhecido como o “antropólogo do luxo”, Alcoforado passou 15 anos pesquisando o comportamento da elite brasileira, observando de perto como ela vive, consome e se comunica. Para ele, “os ricos brasileiros não constroem vínculos de solidariedade com a sociedade”, tendo seus ganhos mais referenciados à família, à herança.

Em “Coisa de rico”, Michel reflete sobre essa parcela da sociedade como reflexão sobre o próprio Brasil, onde o desejo de ascensão e o fascínio pelo luxo moldam comportamentos, valores, aspirações e a necessidade de ostentação de consumo. Através de uma escrita envolvente, resultado de olhar sensível de homem negro da Zona Norte do Rio de Janeiro, Alcoforado propõe uma reflexão sobre o que significa ser rico no Brasil contemporâneo: a performance e o domínio de códigos e pertencimento social que vão muito além da renda.

Mas ao passo em que o mercado de luxo enfrenta uma crise global por não ser mais exclusividade do topo dessa pirâmide, o luxo, segundo Michel, segue a tendência de ser algo dos_ low profiles_. Para ele, o rico que é rico de verdade, sente que não precisa se mostrar para a massa. A diferenciação dessa pessoa está na roupa simples, na vida discreta, que pode até assoprar simplicidade, mas que na verdade grita um sinal de dominação de classe, já que eles não precisam perder tempo com algo que os emergentes precisam para se autoafirmarem.

“Pra ser aceito, eu preciso ser embranquecido”

PhD em Antropologia do Consumo, com formação internacional pela University of British Columbia (Canadá) e Berlin School of Creative Leadership (Alemanha), Michel tem também especializações em Comunicação e Gestão de Marcas de Luxo. Durante o estudo que gerou o livro, o antropólogo circulou em ambientes caros à alta sociedade e mesmo tendo trânsito entre seus grandes sobrenomes, a todo momento era lembrado de que não pertencia àquele metiê.

“Nada apaga a raça”, disse Michel em entrevista ao apresentador Pedro Bial. “Há um esforço momentâneo de tentar me embranquecer. E aí é interessantíssimo porque pra ser aceito, eu preciso ser embranquecido. […] Mas isso se dissolve na hora em que eu levanto da mesa do restaurante chique e vou ao banheiro. Porque aí me perguntam onde fica a cozinha, o que tá bom de se comer naquele dia, onde o carro está sendo estacionado. Nada apaga o racismo no Brasil”, atesta.

 

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