Um assalto digno de filme de ação colocou o Museu do Louvre, em Paris, no centro de uma crise de segurança neste domingo (19). O espaço permanecerá fechado nesta segunda-feira (20), e as reservas de ingressos serão reembolsadas.
Em apenas sete minutos, criminosos invadiram o prédio pela fachada voltada para o Rio Sena, arrombaram uma janela com o auxílio de um guindaste acoplado a um caminhão e levaram oito peças da coleção de joias e pedras preciosas da Galeria de Apolo, um dos espaços mais visitados do museu.
Foto mostra janela por onde entraram os ladrões do Museu do Louvre — Foto: Gonzalo Fuentes/Reuters
Segundo o Ministério Público francês, ao menos quatro pessoas participaram da ação. Dois suspeitos entraram no local, quebraram vitrines e fugiram em motocicletas com os comparsas. O ataque ocorreu por volta das 9h30, cerca de meia hora após o museu abrir as portas. Ninguém ficou ferido e não houve troca de tiros, mas o Louvre foi imediatamente evacuado.
Entre as joias levadas estão um colar com oito safiras do Sri Lanka e mais de 600 diamantes da rainha consorte Maria Amélia, um conjunto de esmeraldas e diamantes da imperatriz Maria Luisa, segunda esposa de Napoleão Bonaparte, e um broche com 2.634 diamantes pertencente à imperatriz Eugênia, adquirido pelo Louvre em 2008 por € 6,72 milhões (cerca de R$ 42,2 milhões).
Uma das peças, a coroa da imperatriz Eugênia, foi recuperada horas depois, danificada, em uma rua próxima ao museu. O diamante Regent, avaliado em cerca de US$ 60 milhões, não foi levado.
Coroa da imperatriz Eugênia foi encontrada em uma rua próxima ao Louvre — Foto: Museu do Louvre
O presidente Emmanuel Macron classificou o roubo como um “ataque a um patrimônio que faz parte da nossa história” e afirmou que os responsáveis serão levados à Justiça.
O ministro do Interior, Laurent Nuñez, destacou que os criminosos “parecem muito experientes” e que as joias têm “valor inestimável”. Já o ministro da Justiça, Gérald Darmanin, admitiu falhas graves na segurança e reconheceu que o episódio “prejudica a imagem da França”.
A promotora de Paris, Laure Beccuau, informou que as autoridades investigam o possível envolvimento de funcionários do museu e não descartam ligação com o crime organizado. Uma das hipóteses é de que o roubo tenha sido encomendado por um colecionador ou usado como forma de lavagem de dinheiro.
