Uma nova tendência tem conquistado o público jovem e transformado o cenário das cafeterias brasileiras: as coffee parties. Unindo música, café, gastronomia e drinques, os eventos acontecem durante o dia e funcionam como uma alternativa às festas tradicionais — com clima leve, energia diurna e, muitas vezes, sem álcool.
Comuns em cidades como Nova York, Londres e Miami, as coffee parties chegaram ao Brasil em 2025 pelas mãos dos DJs Eduardo Dias e Janaína Amar. Inspirados por uma viagem aos Estados Unidos, o casal realizou a primeira edição nacional em São Paulo, de forma despretensiosa. O sucesso foi tanto que o projeto virou negócio: nasceu a The Coffee Beats, empresa que já soma mais de 15 mil participantes em apenas sete eventos realizados.
A proposta é simples: trocar o ambiente noturno das baladas por encontros matinais em cafeterias, praças e espaços abertos, onde música e experiências sensoriais comandam o clima. A ideia tem forte apelo entre a Geração Z — nascidos entre 1995 e 2010 — que busca lazer mais saudável e menos associado ao consumo de álcool.
Segundo Flávio Silva, consultor do Sebrae-SP, o fenômeno reflete mudanças no comportamento do consumidor:
“Essa geração está chegando aos 30 anos com novos hábitos. Muitos evitam o álcool, querem curtir o dia e preferem experiências mais equilibradas. Isso está impactando diretamente os modelos de negócio.”
Dados do relatório Covitel confirmam a tendência: 36,1% dos jovens da Geração Z afirmam consumir álcool “quase nunca” — o maior índice entre todas as faixas etárias.
A primeira edição da coffee party brasileira reuniu apenas 50 pessoas, a maioria amigos e convidados, na Praça do Pôr do Sol, em São Paulo, ao lado de uma cafeteria parceira. Hoje, o formato é replicado em diversos espaços e vem impulsionando o faturamento de cafeterias que apostam em eventos para atrair novos públicos.