Artistas baianos são destaque em exposição internacional em Salvador; veja detalhes

Artistas baianos são destaque em exposição internacional em Salvador; veja detalhes

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com

Gabriel Moura

Divulgação

Publicado em 10/10/2025 às 13:44 / Leia em 3 minutos

A força criativa da Bahia está em destaque na exposição “Ancestral: Afro-Américas”, em cartaz no Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira (MUNCAB), no Centro Histórico de Salvador. O projeto, realizado em parceria com o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), reúne mais de 60 artistas do Brasil e dos Estados Unidos e conta com a participação de onze nomes baianos, que ajudam a construir pontes entre as raízes africanas presentes nas Américas.

Entre os representantes da Bahia estão Sérgio Soarez, Mayara Ferrão, Jayme Figura, Eneida Sanches, José Adário, Mestre Didi, Rubem Valentim, Lita Cerqueira, Agnaldo Manuel dos Santos, Nádia Taquary e Emanoel Araújo. Cada um deles contribui com obras que traduzem diferentes expressões da ancestralidade afro-brasileira, combinando tradição, espiritualidade e tecnologia.

O artista plástico, escritor e pesquisador Sérgio Soarez apresenta Cristalina, escultura de parede feita com madeira, cristais e jarro banhado à prata, em homenagem às orixás femininas, como Yemanjá. Já Mayara Ferrão expõe Álbum de Desesquecimentos, série de fotografias produzidas com o auxílio de inteligência artificial que imagina um Brasil colonial no qual mulheres negras são livres para amar e existir sem opressões.

Em parceria com o nova-iorquino Tracy Collins, Eneida Sanches assina Transe e Memória, obra que mistura gravura e imagem em movimento. “A nossa obra retrata as experiências negras em duas partes do continente americano. Por vezes elas se reconhecem e por vezes divergem nas suas singularidades”, explica a artista.

O público também pode revisitar os legados de mestres já falecidos, como Jayme Figura, Mestre Didi, Agnaldo Manuel dos Santos e Rubem Valentim. Jayme está representado por duas esculturas performáticas, fiéis ao estilo que marcou sua presença nas ruas do Centro Histórico de Salvador. Mestre Didi apresenta três obras que reafirmam a ligação entre arte e religiosidade de matriz africana.

Entre os artistas norte-americanos, a curadora Ana Beatriz Almeida destaca Simone Leigh, que se inspirou na cultura baiana e no candomblé para criar Las Meninas, escultura que faz referência à obra homônima de Diego Velázquez. Leigh foi convidada pela trajetória marcada por obras que unem estética e ativismo político ligado ao feminismo.

Outro destaque é o pintor Leroi Johnson, autor da tela A Crucificação, que retrata um Cristo negro. “Cresci em contato com a Igreja Católica e não havia nenhuma imagem com a qual eu pudesse me identificar. O Cristo, para mim, é negro. E ele pode ser, para você, branco, amarelo, vermelho. Para mim, é negro e deveria ser assim representado”, afirma.

Com direção artística de Marcello Dantas e uma seção dedicada à arte tradicional africana sob curadoria de Renato Araújo da Silva, a mostra permanece em cartaz até 1º de fevereiro de 2026. O MUNCAB funciona de terça a domingo, das 10h às 17h (com entrada permitida até 16h30). Os ingressos custam R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia).

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