O rapper Hungria permanece internado na UTI do Hospital DF Star, em Brasília, após suspeita de intoxicação por metanol, substância usada na adulteração de bebidas alcoólicas em alguns estados do Brasil nos últimos dias.
De acordo com boletim divulgado nesta quinta-feira (2), o artista está consciente, orientado, respira sem auxílio de aparelhos e não apresenta alterações visuais. Ele iniciou sessões de hemodiálise para acelerar a eliminação de toxinas do organismo.
O infectologista Leandro Machado, responsável pelo acompanhamento clínico do artista, confirmou que o quadro é compatível com os efeitos da substância presente em bebidas adulteradas.
“Os estudos mostram que, até 72 horas após a ingestão do metanol, ele pode começar a apresentar sintomas. O Gustavo apresentou todos os sintomas, por isso, nós fizemos essa hipótese de intoxicação por metanol. Todo o tratamento está sendo feito com a hipótese de que ele foi contaminado por metanol”, detalhou o médico à imprensa.
Hungria deu entrada no hospital após apresentar sintomas como dor de cabeça intensa, náuseas, vômitos, distúrbios visuais e acidose metabólica.
O caso ocorre em meio ao aumento de notificações de intoxicação por metanol no Brasil. Em São Paulo, ao menos 12 pessoas tiveram diagnóstico confirmado na última semana, e outras 47 estão sob suspeita, totalizando 59 ocorrências.
O metanol pertence à família dos álcoois e é utilizado em processos industriais, solventes e na produção de combustível.
A ingestão acidental pode ser grave, em pequenas quantidades já provoca sintomas semelhantes aos da embriaguez, como fala arrastada e reflexos lentos. Em doses mais altas, pode causar dor abdominal, vômitos, perda de visão e até morte.