Um homem de 49 anos morreu em sua residência, em São Bernardo do Campo, nesta terça-feira (30), com suspeita de intoxicação por metanol. O caso elevou para seis o número de mortes registradas no estado de São Paulo relacionadas à substância.
Segundo a Prefeitura de São Bernardo, até o momento foram contabilizadas 13 notificações de possível contaminação. Entre elas, uma já teve a presença de metanol confirmada e nove pessoas seguem em atendimento em hospitais públicos e privados. As vítimas têm idades entre 26 e 55 anos e consumiram bebidas adulteradas no município.
Na cidade, foram confirmados quatro óbitos. Um homem de 38 anos morreu no dia 18 de setembro após receber atendimento em uma unidade particular. Em 24 de setembro, um paciente de 58 anos faleceu no Hospital de Urgência. No dia 28, outro homem, de 45 anos, também morreu após ser atendido na rede privada. A morte desta terça-feira completou a lista.
Entre os internados, uma mulher de 30 anos permanece na UTI do Hospital das Clínicas. Ela está sedada, faz hemodiálise e já teve diagnóstico confirmado de intoxicação por metanol.
Outros pacientes, ainda sem confirmação laboratorial, relataram sintomas como perda de visão, fraqueza e mal-estar. A Secretaria Municipal de Saúde informou que o Instituto Médico Legal realiza exames para verificar a causa da morte em todos os casos suspeitos.
“A Vigilância Epidemiológica já está em contato com as famílias das vítimas e dos pacientes internados, a fim de identificar possíveis locais de consumo e áreas do entorno”, declarou a prefeitura.
Um comércio e lotes de bebidas foram interditados em São Bernardo. Os locais permanecerão fechados até a conclusão das investigações, em operação conjunta das vigilâncias sanitárias municipal e estadual.
De acordo com o secretário estadual da Saúde, Eleuses Paiva, foram registrados em São Paulo 22 casos de intoxicação por metanol: sete confirmados e 15 em análise. A Vigilância Sanitária interditou três bares de forma cautelar e apreendeu mais de cem garrafas entre segunda (29) e terça-feira (30), que agora passam por perícia.
O metanol é altamente tóxico e compromete principalmente o fígado, mas também pode causar lesões no nervo óptico, com risco de cegueira. A designer de interiores Rhadarani Domingos foi uma das pessoas que perderam a visão após a ingestão da substância.
Os sinais de intoxicação são semelhantes aos de uma ressaca, o que dificulta a identificação. As bebidas adulteradas podem apresentar aparência e sabor normais, o que torna a detecção ainda mais complexa.
