Os Estados Unidos rebaixaram o Brasil e a África do Sul em seu relatório anual sobre os esforços de combate ao tráfico de pessoas, divulgado nesta segunda-feira (29) pelo Departamento de Estado.
O documento, publicado pela primeira vez desde o retorno de Donald Trump à Casa Branca, colocou os dois países do Brics em uma lista de vigilância, um passo antes da classificação negativa que pode resultar em sanções.
Segundo o relatório, o Brasil não concluiu nenhum processo judicial relacionado ao tráfico de pessoas desde a aprovação do estatuto específico em 2016, apesar de milhares de vítimas estarem registradas em território nacional.
No caso da África do Sul, os Estados Unidos apontaram queda no número de vítimas identificadas, investigações e processos abertos.
Trump, que tem adotado uma postura mais dura com governos considerados hostis, já impôs tarifas punitivas ao Brasil e sancionou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, em meio às pressões ligadas ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado a 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado.
Na relação com a África do Sul, o presidente americano voltou a acusar o governo pós-apartheid de perseguir fazendeiros brancos, discurso que ecoa reivindicações de grupos nacionalistas.
A lista mais severa do relatório, o chamado “Nível 3”, continua dominada por adversários estratégicos de Washington, como China, Rússia, Venezuela e Camboja, onde autoridades são acusadas de conluio em fraudes de trabalho forçado on-line. Já países como Djibuti e Turcomenistão foram promovidos, enquanto Laos e Chade caíram para a pior classificação.
