A dignidade menstrual tem sido tema de importantes debates e, com olhar atento para esse problema, jovens cientistas do Colégio Estadual de tempo integral Professora Sílvia Ferreira de Brito, no município baiano de Ribeira do Pombal, usaram a fibra da bananeira para criar um absorvente sustentável. A ideia surgiu quando o professor Allan dos Santos estimulou os estudantes a buscarem em suas comunidades algo que precisasse ser melhorado através da ciência. Foi então que os jovens debateram formas de ajudar no combate à pobreza menstrual.
“Como moradora da zona rural, nossa colega Bianca deu a ideia de usarmos a fibra da bananeira, porque ela tem alto poder de absorção de líquidos. Retiramos a fibra, buscamos formas de esterilizar para evitar fungos e fizemos os testes de absorção de líquidos”, conta a estudante Mirelly Santana.
Os próximos passos do projeto envolvem patentear a ideia e buscar parcerias para aumentar a oferta. “Por ser de baixo custo tanto na produção quanto na aquisição, acreditamos que é viável a sua comercialização em pequena e grande escala. Por isso, estamos buscando parceiros na iniciativa privada”, destaca o estudante Antonio Kelvin. “Vale lembrar que nosso produto é sustentável. Após o ciclo, o absorvente vira adubo”, complementa.
Com apoio pedagógico da Secretaria da Educação da Bahia, os jovens tiveram auxílio da Universidade Federal de Sergipe, nos testes de laboratório, e da Clínica Dr. Celso, no acompanhamento ginecológico. O projeto tem coorientação dos professores Juliana Ribeiro, Valderlanea Nobre, Damião Cardoso, Sandoval Caitano e Elizângela Costa. Além de Bianca de Oliveira e Antonio Kelvin, a equipe é formada pelos estudantes Mirelly Santana, Guilherme Malta, Laiza Victória e Ana Raquel.