O aguardado projeto do teleférico do Subúrbio, em Salvador, entrou na fase final de elaboração e a licitação para escolha da empresa responsável pela operação do modal deve ser lançada em janeiro de 2026. A informação foi confirmada pelo prefeito Bruno Reis (União Brasil) nesta quarta-feira (24), durante a entrega da Escola Municipal Ailton Soares, em Cosme de Farias.
“O projeto está sendo concluído. A nossa expectativa é poder lançar a licitação no início do ano que vem”, afirmou o prefeito.
Com 4,3 km de extensão e quatro estações previstas — Campinas de Pirajá, centro de Pirajá, Rio Sena (dentro do Projeto Mané Dendê) e Praia Grande — o teleférico será um modal complementar, com potencial de reduzir em mais de uma hora o tempo de deslocamento entre os bairros atendidos.
De acordo com a presidente da Fundação Mário Leal Ferreira (FMLF), Tânia Scofield, a fundação deve concluir o projeto até o fim de setembro, quando será entregue à Superintendência de Obras Públicas (Sucop). A previsão é que as obras comecem no primeiro semestre de 2026, com prazo de conclusão estimado em três anos.
O equipamento terá 27 torres, com cabines panorâmicas e altura de até 45 metros em alguns trechos. A operação será diária, de domingo a domingo, com integração tarifária ao sistema de transporte público da cidade.
As cabines terão capacidade média para 10 passageiros, e embora o número total ainda não esteja definido, a expectativa é de que o sistema transporte cerca de 4 mil pessoas por hora, nos dois sentidos.
A gestão do teleférico deverá ser realizada por uma empresa privada, em modelo semelhante ao adotado no metrô, administrado pelo Grupo CCR. “É muito difícil para a prefeitura e para o estado fazer a gestão desses modais”, destacou Scofield.
Além da parte técnica e de infraestrutura, o projeto envolve uma ampla abordagem social, com ações de diálogo e esclarecimento junto às comunidades beneficiadas. Algumas famílias precisarão ser temporariamente realocadas durante as obras, mas poderão retornar após a implantação das torres, já que a manutenção do teleférico será totalmente aérea.
“Precisamos trabalhar essa comunicação com as comunidades. A população que será beneficiada ainda não conhece o equipamento”, afirmou Scofield. Os estudos complementares devem ser concluídos nos próximos dois meses.