O líder indígena e escritor Ailton Krenak foi homenageado com o título de doutor honoris causa da Universidade Federal da Bahia, em cerimônia realizada nesta terça-feira (23), no Salão Nobre da Reitoria, em Salvador. Durante o evento, que reuniu diversas personalidades e admiradores do homenageado, representantes dos povos Pataxó e Pataxó Hã Hã Hãe realizaram performances especiais de dança e canto.
“O Honoris Causa na Universidade Federal da Bahia para uma pessoa que tem a minha biografia é um coroamento de todo o meu trabalho. Eu completo 72 anos agora em setembro cheio de honrarias, eu fico muito feliz”, celebrou Krenak, em entrevista a TV Bahia.
A honraria foi uma proposta do Instituto de Humanidades de Artes e Ciências Professor Milton Santos. A homenagem também foi comemorada pelo reitor da UFBA, Paulo Miguez. “Ao entregar o título de Doutor Honoris Causa ao Ailton Krenak nós nos enriquecemos. Trazemos para dentro da universidade um conjunto de saberes que ele representa e expressa. Posso dizer que é um dia de imensa alegria”, pontuou.
Nascido na etnia Krenak em 1953 no Vale do Rio Doce, em Minas Gerais, Ailton publicou obras de referência como “Ideias para Adiar o Fim do Mundo” (2019) e “A Vida Não é Útil” (2020).
Ele é um dos maiores defensores dos direitos indígenas no Brasil. Notabilizou-se pela coordenação do movimento social Aliança dos Povos da Floresta, ou “Rede Povos da Floresta”, que desde 1987 reúne povos indígenas e seringueiros — dentre estes o ativista Chico Mendes (1944-1988).
Krenak recebeu os títulos honoríficos de Cavaleiro da ordem Nacional da Legião de Honra (França, 2024), e Prince Claus (Holanda, 2022).
Em 2023, foi eleito imortal da Academia Brasileira de Letras. Também é doutor Honoris Causa pela Universidade de Brasília (2022) e pela Universidade Federal de Juiz de Fora (2016). Recebeu o Prêmio Juca Pato de Intelectual do Ano em 2021.