Gilberto Gil, de 83 anos, homenageou, na manhã deste sábado (20), sua filha, Preta Gil, que morreu aos 50 anos no dia 20 de julho em Nova York, onde tratava um câncer colorretal, diagnosticado em janeiro de 2023 e que entrou em remissão no final do mesmo ano. Em agosto de 2024, a doença voltou em quatro locais do corpo: dois linfonodos, uma metástase no peritônio e um nódulo no ureter.
“Dois meses”, legendou a foto em que aparece dando um selinho na filha. Nos comentários, o grande artista brasileiro recebeu o carinho dos fãs. “De muita saudade”, “Amar é deixar ir aceitando os ciclos naturais e não tão naturais da vida. A dor é legítima, a saudade cortante, o amor tá no eterno!”, “Drão”, “Força”, “Que dor e saudade”, e muito mais.
Na Missa de Sétimo Dia da cantora, na Paróquia Santa Mônica, no Leblon, Rio de Janeiro, Gilberto falou sobre a morte da filha. “A partida dela também tem essa contribuição, contribui para nós sermos mais amorosos e mais afetivos”, afirmou.
“Todos sabem, no país inteiro, que a Preta passou por um longo período de adaptação à partida, ao processo todo de ir embora. A ficha para nós todos e para ela, especialmente, foi caindo aos poucos. Foram dois anos [do tratamento de câncer]”, disse Gil.
O cantor declarou que as dificuldades vividas por Preta afetaram a todos em seu entorno, como família e amigos. “O que fica mais acentuado no pesar da perda, é o fato de que houve um sofrimento muito grande dela. É a coisa da qual, digamos assim, a gente mais se ressente, né? Fica do sentimento um ressentimento, pelo fato de que ela tenha tido um período muito grande [de sofrimento]. O que também, por outro lado, ajudou na luta dela para essa adaptação, para esse acompanhamento que ela fez”, frisou o artista, em referência ao tratamento da filha.
O artista ressaltou também a importância do legado da filha. “Acho que a vida, especialmente num período da história da humanidade em que vivemos tantas tribulações, por causa das dificuldades do fluxo do afeto, esse afeto tem sido muito represado, muito colocado em pequenas caixinhas para manipulação de uns e de tantos”, pontuou.
“Nesse sentido, é o fato da lembrança dela, da memória dela ter uma circulação muito grande, muito permanente, é um consolo, é um contraponto a essas dificuldades de afirmação do afeto pelos quais o mundo passa ultimamente”, acrescentou Gil. “A partida dela também tem essa contribuição, contribui para nós sermos mais amorosos e mais afetivos”, finalizou.