França pode adotar imposto sobre super-ricos; entenda a proposta

França pode adotar imposto sobre super-ricos; entenda a proposta

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com

Antonio Dilson Neto

Reprodução/AFP

Publicado em 17/09/2025 às 16:51 / Leia em 2 minutos

O novo primeiro-ministro francês, Sébastien Lecornu, abriu o debate sobre o orçamento de 2026 nesta quarta-feira (17) com um tema espinhoso: a possível taxação dos super-ricos. A medida, defendida pela oposição socialista, pode ser a chave para garantir estabilidade política após a queda de seus dois antecessores.

A proposta, conhecida como “taxa Zucman”, prevê a cobrança de 2% anuais sobre fortunas acima de 100 milhões de euros (cerca de R$ 626 milhões), atingindo apenas 0,01% dos contribuintes. O economista francês Gabriel Zucman, idealizador da medida, calcula que ela poderia gerar 20 bilhões de euros por ano (cerca de R$ 125 bilhões), recurso essencial para reduzir o déficit público, que fechou 2024 em 5,8% do PIB, e a dívida, hoje em 114%.

O tema ganhou força nas ruas. Protestos no dia 10 de setembro e a greve nacional marcada para esta quinta-feira (18) têm como bandeira a “justiça fiscal”. Pesquisas de opinião mostram apoio maciço: 86% dos franceses aprovam a taxa sobre fortunas e 79% defendem a redução dos subsídios às grandes empresas.

Apesar da pressão popular, Lecornu descartou a medida, alinhando-se à ala republicana de direita e à extrema-direita de Marine Le Pen, que consideram a proposta uma ameaça à competitividade. A federação patronal Medef foi ainda mais dura e chegou a classificar a taxa como “uma forma de expropriação”, ameaçando mobilizar empresários contra qualquer aumento de impostos.

Desde 2017, o presidente Emmanuel Macron tem reduzido tributos sobre empresas e grandes fortunas, estratégia que garantiu atratividade econômica, mas alimentou críticas sobre desigualdade. Em 2023, subsídios a grandes companhias chegaram a 211 bilhões de euros (cerca de R$ 1,32 trilhão), segundo o Senado francês.

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