O rei Charles III e outros membros da monarquia britânica receberam o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nesta quarta-feira (17), para o início de sua visita de Estado ao Reino Unido.
O roteiro, com direito a desfile de carruagens, banquete no Castelo de Windsor e encontros com a família real, foi planejado como uma demonstração de pompa sem precedentes. Ao mesmo tempo, a viagem acontece sob uma tempestade diplomática, com protestos em Londres ligados ao fantasma do caso Jeffrey Epstein.
Trump e a primeira-dama, Melania, chegaram ao maior e mais antigo palácio habitado do mundo, residência dos monarcas britânicos há quase 1.000 anos. O casal foi recebido por Charles e pela rainha Camilla, além do príncipe William, herdeiro do trono, e de sua esposa, Kate. Em seguida, participaram de uma procissão em carruagens ladeadas por 1.300 militares.
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A agenda também inclui a exibição de peças da Coleção Real relacionadas à história dos EUA, visita à Capela de São Jorge, onde está enterrada a rainha Elizabeth II, além de um banquete de gala com discursos oficiais. Para completar, jatos britânicos F-35 sobrevoarão Windsor, em uma cerimônia militar descrita como a mais grandiosa já oferecida a um chefe de Estado estrangeiro na história recente do país.
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Trump, admirador assumido da realeza, celebrou a recepção calorosa. “Eu amo o Reino Unido. É um lugar muito especial”, declarou. Ele também fez questão de ressaltar ser o primeiro presidente norte-americano convidado a duas visitas oficiais por um monarca britânico.
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Cálculo político e econômico
O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, tenta transformar a afinidade de Trump com a realeza em ganhos concretos. Londres busca aprofundar laços econômicos, garantir bilhões em investimentos e avançar em negociações sobre tarifas que ainda incidem sobre aço, uísque e salmão.
Empresas como Microsoft, Nvidia, Google e OpenAI já anunciaram aportes de mais de US$ 42 bilhões em setores estratégicos como inteligência artificial, computação quântica e energia nuclear. Starmer espera mais avanços após o primeiro acordo firmado com Trump para reduzir taxas comerciais.
Apesar do charme da monarquia, o desafio político é grande: pesquisas indicam que Trump é impopular entre os britânicos, enquanto Starmer enfrenta queda nos índices de aprovação e pressão por soluções econômicas. A segunda etapa da visita, marcada para a residência oficial de Chequers, terá foco em temas geopolíticos como Ucrânia e Gaza.