Inaugurado oficialmente em julho na Base Aérea de Salvador, o Parque Industrial e Tecnológico Aeroespacial da Bahia (PITA-BA) já se posiciona como uma das principais apostas para o desenvolvimento econômico e tecnológico do estado. Com gestão do SENAI Cimatec, o projeto é o primeiro com essa vocação no Nordeste e o segundo em todo o Brasil.
O Parque foi projetado para ocupar uma área total de quase 1 milhão de metros quadrados e deverá receber cerca de R$ 650 milhões em investimentos ao longo dos próximos 15 anos, por meio de parcerias público-privadas. A proposta é combinar pesquisa aplicada, inovação, produção industrial e formação profissional em um mesmo ecossistema.
De acordo com André Oliveira, gerente de Novos Negócios do SENAI Cimatec, 70% da área do Parque está destinada à instalação de empresas. “A ideia é que as empresas se estabeleçam aqui com CNPJ baiano, integrando-se ao ecossistema local de inovação e produção”, explica. O objetivo é consolidar o PITA-BA como uma base industrial conectada ao desenvolvimento de soluções tecnológicas reais.

Bahia ganha parque aeroespacial com foco em drones, aeronaves autônomas e inovação
Entre as empresas já instaladas estão Helisul, FCX Aero, Digex, Aba On Tech e Viasat. A Helisul, por meio de sua subsidiária Helisul Engenharia (Albatross Indústria Aeronáutica), iniciou o desenvolvimento da primeira aeronave agrícola autônoma híbrida do Brasil, com propulsão elétrica ou por etanol. O projeto é realizado em parceria com a americana ROTOR.AI e a Robinson Helicopter Company.
Segundo Humberto Biesuz, superintendente da Helisul, a aeronave será baseada no modelo Robinson R44 e utilizada em aplicações agrícolas como pulverização, dispersão de sementes e monitoramento de culturas. A empresa também desenvolve sensores de navegação autônoma e kits de automação, com foco na redução do uso de combustíveis fósseis. Os testes devem avançar nos próximos dois anos.
Outra aposta do Parque é a startup FCX Aero, especializada em aeronaves não tripuladas. A empresa já desenvolve o que promete ser a maior aeronave agrícola não tripulada do mundo, com foco na redução de riscos humanos em operações de alta complexidade. “Nosso objetivo é também avançar em soluções para transporte de cargas em áreas remotas”, afirma Gustavo Saches, sócio da FCX. A previsão é que a equipe esteja completa até 2026, com cerca de 40 pessoas dedicadas à pesquisa e desenvolvimento.