O deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) usou o X, antigo Twitter, na noite de domingo (14), para sugerir ao secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, que “dê uma olhadinha” no ator Wagner Moura, a quem chamou de “extremista”.
O parlamentar acusou o artista de apoiar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e de criticar o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
“Esse cara está morando nos EUA e continua apoiando Moraes, atacando Trump e dizendo que os EUA agora é uma ditadura. Acho que vale a pena dar uma olhadinha nesse extremista”, escreveu o deputado, mencionando as autoridades americanas.
Esse cara está morando nos EUA e continua apoiando Moraes, atacando TRUMP e dizendo que os EUA agora é uma ditadura.
Acho que vale a pena dar uma olhadinha nesse EXTREMISTA @DeputySecState @SecRubio https://t.co/itjV40AevK— Gustavo Gayer (@GayerGus) September 14, 2025
O ator baiano vive nos Estados Unidos há sete anos com a família e é protagonista de “O Agente Secreto”, filme de Kleber Mendonça Filho que aborda a ditadura militar no Brasil e foi, nesta segunda-feira (15), escolhido para representar o país no Oscar de 2026. Pelo papel, Moura conquistou o prêmio de melhor ator no Festival de Cannes deste ano, feito inédito para um brasileiro.
Na entrevista à BBC News Brasil que motivou a postagem de Gayer, Moura comentou sobre a percepção do público americano diante do julgamento no STF dos envolvidos na tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023.
“A gente está hoje vendo as instituições funcionando, vendo um crime contra a democracia sendo julgado pelo Supremo Tribunal Federal, enquanto que nos festivais norte-americanos pelos quais o filme passou, a gente sentia uma certa tristeza dos americanos, quase uma inveja”, disse.
A imprensa internacional tem feito comparações entre o processo brasileiro e a reação dos Estados Unidos ao ataque ao Capitólio em 2021.
Dias antes do julgamento de Bolsonaro, a revista britânica The Economist afirmou que o Brasil estava dando uma “lição de maturidade democrática”, ilustrando a matéria com uma montagem do ex-presidente do Brasil como o “Viking do Capitólio”, símbolo do ataque ao Congresso americano.
Na mesma entrevista, Moura criticou a política anti-imigração de Trump e afirmou que o período de produção do filme, entre 2018 e 2022, coincidiu com “um momento difícil para artistas, universidades e imprensa brasileiras”, durante o governo Jair Bolsonaro.