As versões de 7,5 mg e 10 mg do medicamento Mounjaro (tirzepatida) começam a ser vendidas em farmácias brasileiras ainda neste mês, com preços entre R$ 2,6 mil e R$ 3,6 mil por caixa com quatro canetas aplicadoras, quantidade suficiente para um mês de tratamento.
Produzido pela farmacêutica Eli Lilly, o fármaco é indicado para controle do diabetes tipo 2 e para tratamento de sobrepeso com comorbidades e obesidade.
A tirzepatida foi aprovada pela Anvisa em setembro de 2023 para diabetes tipo 2 e passou a ser comercializada em maio de 2025. Em junho do mesmo ano, recebeu nova indicação para tratamento de obesidade e controle crônico do peso.
Até agora, o Mounjaro estava disponível apenas em 2,5 mg, dose inicial de adaptação, e 5 mg, considerada a primeira dose terapêutica.
As novas concentrações, de 7,5 mg e 10 mg, são intermediárias e devem ser prescritas quando a dose de 5 mg não garante resultados satisfatórios no controle da glicemia ou do peso. Em outros países, como Estados Unidos e na Europa, já existem versões de 12,5 mg e 15 mg, que ainda não têm previsão de chegada ao Brasil.
A expansão demorou por três motivos: a liberação regulatória da Anvisa, que exigiu novos trâmites para doses mais altas; a escassez global desses medicamentos desde 2022, que fez a produção ser priorizada para EUA e Europa; e a capacidade limitada de fabricação, que levou a empresa a investir mais de US$ 50 bilhões em novas plantas e na ampliação de fábricas.
A tirzepatida pertence à classe das incretinas, que agem em dois hormônios do sistema digestivo, GIP e GLP-1, para melhorar a liberação de insulina após as refeições e reduzir a fome. Com isso, ajuda a controlar a glicemia e contribui para a perda de peso. Essa dupla ação diferencia o Mounjaro de outros medicamentos, como o Ozempic (semaglutida), que atua apenas no GLP-1.
Segundo o Ministério da Saúde, mais de 10% da população adulta brasileira tem diabetes e 57% está acima do peso, o que torna o país um dos maiores mercados para esse tipo de tratamento. Hoje, porém, o uso do Mounjaro para obesidade não é coberto pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o que pode limitar o acesso de parte dos pacientes devido ao custo elevado.
