Com investimento de R$ 2,5 milhões, a implantação da Casa do Samba Ganhadeiras de Itapuã avança com um trabalho que vem sendo conduzido, de maneira colaborativa, com a participação direta das Ganhadeiras de Itapuã, além dos técnicos da Conder e da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia. O espaço será construído em terreno localizado em frente ao Centro de Atividades do Parque do Abaeté e a previsão é que as obras durem cerca de 11 meses.
“Esse espaço será muito mais do que uma sede, será um centro de referência para a cultura afro-baiana, para o samba e para a história das mulheres que marcaram Itapuã e a Bahia. Construir essa obra no entorno da Lagoa do Abaeté é também reafirmar o nosso compromisso de unir preservação ambiental, identidade cultural e desenvolvimento social para a comunidade,” afirma Thiago Ladeia, superintendente de Qualificação Urbanística da Conder.
Até o momento, já foram realizadas três reuniões, a última, no dia 9 de setembro, aconteceu no Centro de Atividades do Abaeté. O diretor artístico das Ganhadeiras de Itapuã, Salviano Filho, explica que o envolvimento se deu desde o início do processo. “Participamos de tudo, levando nossas ideias e necessidades. Fizemos até um croqui que serviu de base para o anteprojeto. Algumas coisas foram ajustadas por conta do orçamento, mas praticamente todas as nossas sugestões foram aceitas”, conta.
Salviano destaca também algumas melhorias que serão realizadas na nova sede, como iluminação, eficiência energética com uso de energia solar, ventilação, sonorização e acústica do palco, além da criação de um estúdio de gravação e salas para oficinas. “É uma alegria imensa ver que tudo isso está acontecendo. Quando vi a placa da obra já no Parque do Abaeté, compartilhei com o grupo e todo mundo se emocionou. As Ganhadeiras estão muito felizes”, afirma.
Com 441,80 m² de área construída, a Casa do Samba terá capacidade para receber até 300 pessoas. O espaço contará com salas multiuso, camarins, estúdio de gravação, espaço expositivo, áreas administrativas, loja e bilheteria. Para Terêsa Conceição Santos, integrante do grupo e baiana de acarajé, a nova sede representa a realização de um sonho de mais de duas décadas. Ela ressalta que o espaço será fundamental para garantir renda, autonomia e oportunidades.
“Queremos fazer shows para a comunidade e para os turistas, ter oficinas de culinária, bordado, capoeira, corte e costura. Cada uma de nós tem um conhecimento e vamos ter a oportunidade de passar adiante para nossas crianças e jovens, tirá-los da rua e mostrar outros caminhos. Essa casa será para todos”, comemora Terêsa.
