Mais de quatro décadas após o assassinato que chocou o mundo, Mark David Chapman, responsável pela morte de John Lennon, em 1980, teve novamente negada a progressão para o regime condicional. O Departamento Estadual de Correções e Supervisão Comunitária de Nova York informou que a audiência ocorreu em 27 de agosto, mas não divulgou a transcrição da decisão.
Aos 70 anos, Chapman permanece preso no Green Haven Correctional Facility, presídio de segurança máxima no estado. A próxima possibilidade de revisão do caso está prevista para fevereiro de 2027.
O crime aconteceu em 8 de dezembro de 1980, quando Lennon, então com 40 anos, retornava ao edifício Dakota, em Nova York, onde morava com Yoko Ono. Chapman, que havia viajado do Havaí para cometer o homicídio, pediu horas antes um autógrafo do recém-lançado álbum “Double Fantasy”. À noite, disparou contra o músico, que morreu no local.
Condenado em agosto de 1981 a cumprir entre 20 anos e prisão perpétua, Chapman já teve 14 pedidos de liberdade condicional recusados. Em audiências anteriores, reconheceu a gravidade do ato e disse não ter desculpas. Em 2022, afirmou: “Eu sabia o que estava fazendo, sabia que era errado, sabia que era perverso, mas queria tanto conquistar fama que estava disposto a dar tudo e tirar uma vida humana”.
Em 2012, também relatou ter hesitado antes de apertar o gatilho: “Não foi totalmente a sangue frio, mas em sua maior parte foi. Peguei o álbum, podia levá-lo para casa, mostrar para minha esposa, tudo ficaria bem. Mas eu estava tão compelido a cometer aquele assassinato que nada me afastaria daquele prédio”.
Para Dan Richter, ex-assistente pessoal de Lennon e Yoko Ono entre 1969 e 1973, falhas de segurança contribuíram para a tragédia. Em entrevista ao jornal Daily Telegraph, ele afirmou que o músico poderia ter evitado a entrada principal do Dakota: “Aquela porta era um ponto perigoso. Você pode identificar e evitar isso. E havia uma porta lateral que ele poderia ter usado”.