A economia nordestina manteve ritmo positivo no primeiro semestre de 2025, registrando alta de 2,4% no Índice de Atividade Econômica Regional (IBCR-NE), indicador do Banco Central que mede a evolução da atividade econômica. A Bahia foi o destaque do período, com crescimento de 3,9%, impulsionado pela diversidade produtiva e pelo desempenho do agronegócio.
Para Marcos Falcão Gonçalves, gerente executivo do Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene), área de pesquisa do Banco do Nordeste (BNB), os resultados reforçam a relevância dos investimentos contínuos em setores estratégicos.
“Os números da Bahia mostram como o crescimento sustentado depende de uma base produtiva diversificada, mas também do acesso ao crédito de longo prazo e de políticas que incentivem o investimento privado”, afirma o economista ao Diário do Nordeste.
Nos últimos 12 meses, o Nordeste acumula crescimento de 3,8%, praticamente em linha com a média nacional, de 3,9%. Outro destaque foi o Ceará, que avançou 2,6% no semestre, impulsionado por investimentos em infraestrutura logística e energética.
Fora da região Nordeste, mas ainda dentro da área de atuação do Banco do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo registraram altas de 3,0% e 2,9%, respectivamente.
Segundo Falcão, a atuação do BNB é essencial para sustentar o dinamismo econômico regional, especialmente em períodos de incerteza global. “Projetos em agropecuária, indústria e serviços que recebem apoio do Banco têm efeito multiplicador, gerando emprego e renda e contribuindo para reduzir desigualdades históricas da Região”, acrescenta.
A expectativa é de que o crescimento se mantenha moderado nos próximos meses, sustentado pela produção agrícola da Bahia e do Ceará, pelo avanço de obras de infraestrutura e energia e pela expansão de segmentos industriais e de serviços voltados à exportação.
Safra de grãos 2024/25 bate recorde
A produção de grãos no Brasil atingiu novo recorde na safra 2024/25, alcançando 350,2 milhões de toneladas, alta de 16,3% em relação à safra anterior, quando foram colhidas 324,36 milhões de toneladas.
O resultado foi divulgado nesta quinta-feira (11) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), no 12º Levantamento da Safra de Grãos. O crescimento foi puxado principalmente por soja, milho, arroz e algodão, que somaram 47 milhões das 49,1 milhões de toneladas adicionais produzidas em relação ao ciclo anterior.
O avanço foi resultado da expansão de 1,9 milhão de hectares na área cultivada, que passou de 79,9 milhões de hectares em 2023/24 para 81,7 milhões em 2024/25, além de condições climáticas favoráveis, especialmente no Centro-Oeste, com destaque para o Mato Grosso.
Segundo a Conab, a produtividade média nacional das lavouras cresceu 13,7% em relação ao ciclo anterior, atingindo 4.284 quilos por hectare, contra 3.769 kg/há registrados em 2023/24.