Comandado pelo chef Fabrício Chagas, o Salva Bar abre em Botafogo com cardápio afetivo, drinques autorais e curadoria cultural que celebra as raízes baianas sem clichê
Inspirado na Bahia, o Salva Bar e Restaurante acaba de ser inaugurado na Rua Visconde de Caravelas, no Rio de Janeiro. A nova casa une gastronomia, cultura e música em um ambiente de três andares que passeia entre o litoral, o sertão e as lembranças de infância do chef baiano Fabrício Chagas, radicado no Rio há quase duas décadas.
“Vamos explorar a cozinha baiana em camadas: do fogão da avó às releituras autorais, do acarajé clássico a receitas inspiradas no sertão, no mangue e na praia. Tudo sem folclore ou caricatura — apenas afeto, técnica e identidade”, explicou Fabrício Chagas.
“Eu nasci em Ibotirama, Bahia, sertão, margem do Rio São Francisco. Minha memória gastronômica vem das refeições feitas com minha mãe, minha avó, minha bisavó, todas cozinheiras. Minha mãe virou professora do Senac Aquidabã, em Salvador. Foi ali que tudo começou”, completou o chef em entrevista ao Alô Alô Bahia.
Com capacidade para 64 pessoas, o espaço reúne tradição e contemporaneidade desde a entrada, onde cadeiras de praia e caixas de cerveja como apoios de mesa remetem ao clima descontraído das casas de interior. No primeiro andar, tons de verde-mar celebram as praias baianas. No mezanino, a atmosfera é ribeirinha, com referências ao Rio São Francisco e à cidade de Ibotirama. O terceiro piso abriga um terraço com paisagismo, bar próprio, arte, DJs e espaço para eventos.

Comandado pelo chef Fabrício Chagas, o Salva Bar abre em Botafogo com cardápio afetivo, drinques autorais e curadoria cultural que celebra as raízes baianas sem clichê
Gastronomia com afeto e identidade
No cardápio, destaque para os “Biricuticos da Baixa do Sapateiro”, como o Cajáfish (R$ 39) — tiraditos de pescado com molho de cajá e azeite de pimenta doce — e o Na ponta da peixeira (R$ 59), um tartare de carne de sol com aioli de manteiga de garrafa e picles de maxixe.
Entre os petiscos mais pedidos estão o Sandubinha de acarajete love (R$ 38, duas unidades) — bolinho de acarajé recheado com vatapá e camarão defumado — e o Do sertão ao RJ (R$ 75), carne de sol curada na casa, refogada com cebola, queijo coalho e servida com aipim lambuzado em manteiga de garrafa.
Nos pratos principais, o chef propõe releituras de receitas citadas por Jorge Amado. O Peixe à baiana (come-se em Mar Morto) (R$ 85 / R$ 163 para dois) vem com escabeche de tomate, leite de coco, arroz branco, farofinha amarela e vinagrete de feijão-fradinho. Já o Arroz de polvo e fumeiro (come-se em Quincas Berro d’Água) (R$ 94 / R$ 189 para dois) mistura polvo, carne de fumeiro e temperos baianos num preparo robusto e aromático.

Chef radicado no Rio inaugura restaurante em Botafogo com sabores típicos da Bahia
Bar e música também com sotaque baiano
A carta de drinques é assinada pela premiada mixologista Laura Paravato. Entre os destaques estão:
- Rio no Sertão (R$ 21) – cordial de acerola, Aperol, solução salina e hidromel de jataí;
- É Barril (R$ 34) – Jim Beam Black, Laphroaig, bitter de angostura e clarificado de iogurte de graviola;
- Pelourinho (R$ 34) – cachaça 7 Engenhos, vermute de jabuticaba, melancia com capim-limão e bitter de cacau.
A curadoria musical é assinada pelo produtor Gabriel Ferrari, sócio do Quiosque Soga Beach e nome conhecido da cena cultural carioca. A trilha sonora mistura clássicos da música brasileira, novas bossas e experimentações com forte presença da cultura afro-baiana.
Serviço
Salva Bar e Restaurante
Rua Visconde de Caravelas, Botafogo – Rio de Janeiro – RJ
@salvabar.rio