O Estado Palestino independente foi reconhecido, nesta quarta-feira (22), pela Noruega, Espanha e Irlanda. O anúncio foi feito pelo ministro das Relações Exteriores da Noruega, Espen Barth Eide, o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, e o primeiro-ministro da Irlanda, Simon Harris. Na próxima terça-feira (28), os três países formalizarão este reconhecimento.
O premiê irlandês falou que espera que outros países façam o mesmo. “Antes do anúncio de hoje, falei com vários outros líderes e estou confiante de que mais países se juntarão a nós para dar este importante passo nas próximas semanas”, revelou. Segundo ele, uma solução de dois estados é o único caminho para a paz para Israel e Palestina.
O primeiro-ministro espanhol aproveitou o anúncio para criticar o o premiê israelense Benjamin Netanyahu. “Pedimos um cessar-fogo. Mas não é suficiente. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu se faz de surdo e continua castigando a população palestina”, disse. Ele ainda falou as ações do israelense colocam em risco os dois estados. “Lutar contra o grupo terrorista Hamas é legítimo e necessário (…), mas Netanyahu está gerando tanta dor e tanta destruição, e tanto ressentimento em Gaza e no resto da Palestina, que a solução de dois Estados está em perigo”, avaliou.
O anúncio dos três países acontece depois que a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou, no último dia 10, uma resolução que abre caminho para o reconhecimento da Palestina como Estado-membro da organização. O documento pede que o Conselho de Segurança da organização aprove a Palestina como o 194º membro da ONU. Foram 143 votos a favor, nove contra e 25 abstenções. O Brasil se manteve favorável na votação. Já Israel, Estados Unidos, Argentina,República Tcheca, Hungria, Micronésia, Nauru, Palau, Papua-Nova Guiné ficaram contrários.
A medida ainda precisa passar pelo Conselho de Segurança. A previsão é de que a integração da Palestina a ONU não ocorra porque os Estados Unidos têm poder de veto no órgão. No entanto para Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Nacional Palestina, a medida já representa um passo para o reconhecimento.
Diante da decisão da Noruega, Espanha e Irlanda, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, informou, também nesta quarta, que ordenou a saída imediata de seus embaixadores nos países. Já os embaixadores dos três países em Tel Aviv, foram convocados pelo mesmo órgão.
Katz também disse que reconhecer um Estado Palestino “minou o direito de Israel à autodefesa e os esforços para devolver os 128 reféns detidos pelo Hamas em Gaza”. E acrescentou: “Israel não ficará em silêncio”.
