As comemorações pelo centenário de Mãe Stella de Oxóssi reuniram, nesta quinta-feira (21), autoridades públicas e líderes de religiões de matriz africana no monumento erguido em homenagem à ialorixá, localizado na entrada do bairro de Stella Maris, em Salvador.
A iniciativa, promovida pela Fundação Gregório de Mattos (FGM), integra o projeto Agosto: Mês da Igualdade, que busca valorizar personalidades marcantes da cultura soteropolitana.
Durante a solenidade, Obá Telá Rodrigo Codes ressaltou a importância simbólica da homenagem. “Ter uma avenida e um monumento batizado com o nome de uma mulher negra, do candomblé, é um marco para nós. Ela está ali para lembrar quem somos e de onde viemos. Começamos a enxergar uma reparação histórica para quem de fato construiu esta cidade”, afirmou Rodrigo Codes, ao recordar a memória de Mãe Stella de Oxóssi (1925 – 2018) – quinta ialorixá que assumiu o Ilê Axé Opô Afonjá.

Ato simbólico reuniu líderes religiosos, autoridades, estudantes e música (Foto: Bruno Concha / Secom PMS)
O presidente da FGM, Fernando Guerreiro, também destacou a relevância da líder religiosa para Salvador e para o fortalecimento das tradições de matriz africana.
“Esse monumento, o nome dessa rua, tudo isso é um trabalho dentro de uma filosofia da nossa gestão que visa resgatar e valorizar quem de fato ajudou a construir as nossas memórias. Mãe Stella foi uma dessas figuras, que permanece eternizada em seu legado, dando nome a esse monumento e a essa avenida”, destacou.
A celebração ainda foi marcada pelo rufar dos atabaques do Grupo Raça – Ilê Axé Opô Afonjá, seguidos de apresentações culturais do Grupo Raça de Capoeira no Terreiro, conduzido pelo mestre Yaô Helmut, e do tradicional bloco afro Malê Debalê, que levaram música, dança e ancestralidade ao encontro.