A Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia (Agerba) determinou, na última terça-feira (19), a suspensão parcial das operações no Terminal Marítimo de Vera Cruz, na Região Metropolitana de Salvador.
A decisão foi motivada por problemas estruturais no píer de atracação e levou à redução da oferta de viagens no sistema hidroviário Salvador–Vera Cruz.
De acordo com a Agerba, a mudança tem caráter preventivo e busca garantir a segurança de passageiros, tripulantes e trabalhadores do terminal.
Durante o período de recuperação da estrutura, as travessias, antes realizadas a cada 30 minutos, passam a ocorrer de hora em hora, tanto em Vera Cruz quanto no Terminal Náutico da Bahia, em Salvador. A previsão é que as obras comecem em 5 de setembro.
A agência atribuiu a situação à concessionária Socicam Náutica e Turismo, responsável pela manutenção do terminal, alegando que a empresa deixou de adotar medidas necessárias para evitar o comprometimento da estrutura.
A Socicam, em nota, afirmou cumprir suas obrigações contratuais e disse que a requalificação da ponte do terminal não faz parte de sua concessão. Segundo a empresa, relatórios técnicos e ofícios já haviam sido encaminhados à Agerba para alertar sobre a deterioração.
A concessionária acrescentou que realizou manutenções preventivas em áreas como piso, escadas e guarda-corpo, além de assumir reparos emergenciais recentes.
A decisão gerou reação imediata da Prefeitura de Vera Cruz. O prefeito Igor Pinho criticou a medida e disse que ela impacta diretamente moradores, trabalhadores e o turismo local. Ele afirmou que a decisão foi unilateral e sem diálogo com a comunidade ou a gestão municipal, e cobrou alternativas, como a instalação de um píer flutuante provisório.
Após a manifestação da Prefeitura, a Agerba autorizou a retomada parcial das operações, mas manteve restrições e sinalizou que o terminal pode ser fechado novamente caso não haja avanços nas intervenções estruturais.
A agência informou ainda que seguirá monitorando a situação em conjunto com outros órgãos públicos até a normalização do serviço.