A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) emitiu um alerta para o aumento dos casos de sarampo no continente. Apesar de o Brasil ter alcançado a meta de vacinação nacional, ainda há regiões com baixa cobertura imunizatória, o que representa risco para novos surtos.
Segundo a OPAS, entre janeiro e 8 de agosto, foram confirmados mais de 10 mil casos e 18 mortes em dez países das Américas. O Canadá registrou 4.584 casos e uma morte, o México contabilizou 3.911 casos e 14 óbitos, e os Estados Unidos confirmaram 1.356 casos e três mortes.
A cobertura vacinal ainda é considerada insuficiente. Em 2024, 89% do público-alvo recebeu a primeira dose da vacina, mas apenas 79% completou o esquema com a segunda. O índice ideal para prevenir surtos é de 95% de imunização.
A vacina contra o sarampo faz parte da tríplice viral, que também protege contra caxumba e rubéola, e deve ser aplicada em duas doses: a primeira aos 12 meses e a segunda aos 15 meses de idade.
“A reintrodução do sarampo ameaça uma das maiores conquistas do Programa Nacional de Imunizações, que foi a eliminação da doença. Inclusive, em novembro de 2024, o Brasil foi recertificado como zona livre do sarampo”, destacou Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações.
Ele alerta que o desafio agora é manter o Brasil livre da doença, sobretudo diante do aumento de casos em países vizinhos, como Bolívia e Argentina.
Em algumas regiões brasileiras, a vacinação já atingiu o público-alvo, como em São Paulo, onde a procura caiu nos postos. Porém, em estados como Tocantins, a situação preocupa: o último boletim confirmou 18 casos e investiga outros dez.