Responsável por expor Hytalo Santos, Felca sofreu bullying e desenvolveu fobia social: ‘Dói muito’

Responsável por expor Hytalo Santos, Felca sofreu bullying e desenvolveu fobia social: ‘Dói muito’

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com

Gabriel Moura

Reprodução

Publicado em 18/08/2025 às 12:19 / Leia em 4 minutos

Felipe Bressanim Pereira, hoje amplamente conhecido como Felca, saiu do anonimato para ocupar espaço no debate público sobre exploração de menores em redes sociais. Nascido em Londrina (PR), ele passou boa parte da adolescência sendo alvo de bullying, o que o marcou profundamente. Anos depois, tornou-se responsável por expor o influenciador Hytalo Santos, investigado por colocar crianças e adolescentes em situações de adultização em seus vídeos.

O youtuber, que já acumulava visibilidade com produções de humor crítico, foi quem trouxe à tona a conduta de Hytalo. Segundo Felca, os conteúdos do paraibano exibiam menores em danças e interações de teor sexualizado. A denúncia ganhou repercussão nacional e reforçou a imagem do paranaense como alguém disposto a confrontar práticas que, em sua visão, reproduzem violências semelhantes às que enfrentou em sua juventude.

Em entrevista com a tiktoker Kika Castro, gravada quatro meses atrás, Felca relembrou os anos em que sofreu agressões na escola. “Fiquei oito anos no mesmo colégio em que eu sofria bullying, foi muito tempo de exposição. Era um bullying de muita violência, muita agressividade. Só que o que mais dói não são os apelidos, não é nem a agressão física. É o isolamento, quando as pessoas não te incluem, não enxergam você. Você é tão invisível, que as pessoas falam mal de você do seu lado. Isso dói muito, você se sentir nada”.

O criador de conteúdo contou que nunca foi chamado para festas de colegas e desenvolveu fobia social. Ele afirma que a hostilidade era diária e que os colegas demonstravam prazer em diminuí-lo.

“Eu não fazia nada com ninguém, só sou esquisito, ficava no meu canto, com as minhas coisas. Ali que eu aprendi que a vida é cruel”.

Prisão do influenciador paraibano
Na última sexta-feira (15), Hytalo Santos e o marido, Israel Nata Vicente, foram presos em Carapicuíba, na Grande São Paulo. Ambos são investigados pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB) e pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). Segundo a acusação, eles exploravam menores em conteúdos destinados às redes sociais. Após audiência de custódia realizada no sábado (16), a Justiça decidiu manter a prisão preventiva.

Segundo fontes anônimas que entraram em contato com o jornal Extra, o ambiente na casa de Hytalo era de controle rígido. Um dos depoimentos relata que o afeto demonstrado por Hytalo com os adolescentes só aparece diante das câmeras. Fora das gravações, ele costuma se isolar no quarto.

Quem vive com ele conta que o influenciador passa noites em claro e costuma dormir apenas pela manhã. Para justificar o hábito, repete que “dormir é perda de tempo”. Essa rotina se reflete tanto no trabalho de funcionários quanto no cotidiano das crianças que moram na casa.

Um dos relatos aponta que as refeições só acontecem se o influenciador permitir. “Se alguém pedir um sanduíche e ele não quiser comer, ninguém come. As crianças só podem se alimentar na presença dele. Se ele acordar às 15h, elas vão ficar sem almoço”.

Segundo fontes, mesmo participando de gravações, os menores não recebem pagamento em dinheiro. Um taxista relatou que precisou comprar comida para três adolescentes durante uma viagem a Cajazeiras (PB), cidade natal de Hytalo, porque eles não tinham dinheiro sequer para um lanche.

Embora todos estejam matriculados em escolas, a frequência é irregular. As gravações da chamada “Turma” interferem diretamente no calendário escolar, e há relatos de que Hytalo já retirou os jovens de sala sem justificativa. Ele também utilizava a proibição do celular como forma de punição.

Festas e denúncias de consumo de álcool
Entre os episódios mais delicados estão festas descritas por ex-funcionários como ambientes inadequados para adolescentes. Um deles relatou cenas de consumo de álcool, drogas e incentivo a comportamentos sexuais.

“É muito álcool, algumas drogas ilícitas e as meninas vestidas com aqueles shortinhos minúsculos, rebolando ao som de músicas podres, se beijando na frente de todos e sendo incentivadas a namorar”.

Compartilhe

Alô Alô Bahia Newsletter

Inscreva-se grátis para receber as novidades e informações do Alô Alô Bahia