O casal Gilberto Gil e Flora Gil enviou uma notificação extrajudicial ao padre Danilo César de Sousa Bezerra, após falas atribuídas a ele durante uma missa na Paraíba, consideradas ofensivas às religiões afro-brasileiras.
O Alô Alô Bahia teve acesso ao documento, que acusa o sacerdote de intolerância e exige retratação pública e punição eclesiástica.
Segundo o processo, durante a homilia em Areial (PB), ocorrida em 27 de julho, sete dias após a morte de Preta Gil, o padre declarou: “Gilberto Gil fez uma oração aos orixás, cadê esses orixás que não ressuscitaram Preta Gil? Já enterraram?”.
A fala gerou três boletins de ocorrência e levou a família a recorrer à Justiça.
Na notificação, Gilberto e Flora afirmam que o comentário não se trata de opinião religiosa, mas de “enorme desrespeito”. O documento afirma que o sacerdote, ao zombar da fé da família, cometeu crime de intolerância religiosa, previsto no Código Penal com pena de dois a cinco anos, especialmente agravado por ter sido proferido no exercício do sacerdócio, publicamente e com grande repercussão.

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O texto também ressalta que a missa foi transmitida ao vivo no canal da paróquia, elevando o potencial de impacto e exposição.
“Passados mais de 15 dias, não houve retratação ou pedido público de desculpas. A omissão perpetua o desrespeito à memória de Preta Gil e às religiões de matriz africana”, destaca a notificação.
A família pede que, no prazo de dez dias úteis, o padre emita retratação pública via canal oficial da paróquia e que a Diocese de Campina Grande adote medidas disciplinares contra ele.

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“A presente notificação não representa renúncia a ações judiciais, cíveis ou criminais”, destacam os advogados da família.