Em prisão domiciliar, Jair Bolsonaro solicitou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, autorização para realizar exames em um hospital particular de Brasília. No último dia 4 de agosto, o próprio Moraes determinou o regime domiciliar após o ex-presidente ter descumprido medidas cautelares estabelecidas anteriormente.
Segundo os advogados, Bolsonaro precisará permanecer de seis a oito horas no hospital DF Star, no próximo sábado (16), para realização de exames de sangue, urina, endoscopia, tomografias, ecocardiograma e ultrassonografias. Os procedimentos foram solicitados pelo médico do ex-presidente, para conduzir uma “reavaliação dos sintomas de refluxo e soluços refratários” após a adoção de nova medicação.
Na semana passada, Moraes autorizou que Bolsonaro recebesse a visita de médicos particulares, que estiveram com o ex-presidente no último sábado (8). Em outras decisões, ele também autorizou encontros com familiares e aliados políticos. Na petição desta terça (12), a defesa de Bolsonaro solicitou ainda que ele seja autorizado a receber o senador Rogério Marinho (PL-RN); o deputado Altineu Côrtes (PL-RJ); o vice-prefeito de São Paulo, Ricardo Augusto Mello de Araújo; e deputado estadual Tomé Abduch (Republicanos-SP).
Bolsonaro teve a prisão domiciliar decretada devido às suspeitas de que possa interferir no andamento da ação penal em que é réu no Supremo e na qual foi acusado pela Procuradoria-Geral da República de liderar uma tentativa de golpe de Estado. A defesa do ex-presidente tem até esta quarta-feira (13) para apresentar as suas alegações finais. Após esta etapa, o ministro Alexandre de Moraes deve liberar o processo para julgamento na Primeira Turma do STF. A data do julgamento será marcada pelo presidente do colegiado, ministro Cristiano Zanin. A expectativa é que o julgamento ocorra em setembro, reunindo os ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Luiz Fux.
Assim como os outros sete réus, Bolsonaro responde por cinco crimes, sendo eles organização criminosa, tentativa de abolir o Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração do patrimônio tombado. Somadas, as penas podem superar os 30 anos de prisão.