No universo do trabalho, dois fenômenos opostos, mas igualmente prejudiciais, têm chamado atenção de pesquisadores: o burnout e o rust out.
O burnout, muito comum, é caracterizado pela exaustão extrema, sensação de afastamento dos colegas e do próprio trabalho, e a perda do sentimento de realização pessoal. Esse quadro surge quando o estresse crônico não é bem administrado, levando a um desgaste físico e emocional intenso.
Já o rust out é um problema que aparece justamente no oposto do burnout: não por excesso, mas por falta de estímulo. Esse fenômeno acontece quando o funcionário enfrenta tarefas repetitivas, monótonas e pouco desafiadoras, o que gera apatia, desmotivação e até procrastinação.
Diferente do desgaste provocado pela sobrecarga, o rust out resulta da subutilização do potencial do trabalhador e da ausência de desafios que possam motivá-lo.
Em muitos locais, a pressão é apenas pelo cumprimento de metas e eficiência, deixando de lado o engajamento e o desenvolvimento profissional. Isso pode fazer com que o colaborador se sinta invisível ou substituível, o que agrava a situação e compromete a saúde mental.
A longo prazo, o rust out pode levar à insatisfação com a carreira, queda na produtividade e até buscas por estímulos fora do ambiente de trabalho, como o uso excessivo das redes sociais.
Além disso, o rust out pode surgir quando há um desalinhamento entre as expectativas do profissional e as tarefas que lhe são atribuídas. Muitas vezes, essa condição passa despercebida porque, em algumas profissões, o tédio é visto como parte natural do trabalho.
Esse fenômeno também tem relação com o chamado “quiet quitting”, ou demissão silenciosa, uma tendência nas redes sociais que indica uma postura mais distante e menos engajada, sem que o funcionário precise, de fato, deixar seu emprego.