Vírus letal ameaça ararinhas-azuis na Bahia

Vírus letal ameaça ararinhas-azuis na Bahia

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com

Com informações de Correio

ICMBio/Camile Lugarini

Publicado em 01/08/2025 às 18:57 / Leia em 3 minutos

Já ameaçada de extinção, as ararinhas-azuis enfrentam mais um desafio no interior baiano. A circulação do circovírus nas aves da espécie representa risco em Curaçá, cidade do interior que recebeu um protocolo de emergência para conter a disseminação viral. O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) determinou o recolhimento dos animais para que sejam submetidos a testes.

Está é a primeira vez que o circovírus é identificado em animais de vida livre no Brasil. O ICMBio considera o problema grave uma vez que não há cura para a Doença do Bico e das Penas, causada pelo agente viral. A doença tem como sintomas danos ao bico, penas e unhas, além de comprometer o sistema imunológico, provocando a morte dos animais. Ainda não há confirmação de quantos estão infectados com o vírus porque os testes ainda não foram finalizados.

Na segunda-feira (28), o ICMBio determinou o recolhimento dos animais que vivem na Área de Proteção Ambiental (APA) da Ararinha Azul e do Refúgio de Vida Silvestre (Revis) da Ararinha Azul. A medida emergencial foi tomada para o controle da doença no menor tempo possível. O reforço da determinação foi anunciado na quinta-feira (31).

“No contexto da emergência de enfrentamento ao circovírus, o recolhimento das ararinhas-azuis de vida livre, conforme determinado pelo ICMBio, deve ser realizado com urgência. Caso esta ação não ocorra com agilidade, a questão será tratada de acordo com os dispositivos legais que respaldam o Instituto”, disse o ICMBio.

Em 2022, um grupo de ararinhas-azuis do Criadouro Científico para Fins Conservacionistas do Programa de Reintrodução da Ararinha-azul foi solto em Curaçá, terra natal da espécie. No local, existem 11 em vida livre. Além do recolhimento para testagem, foi determinado o reforço nas medidas de biossegurança, triagem dos animais em criadouro e descontaminação dos ninhos utilizados pela população de vida livre.

O instituto afirma que não há indício de ocorrência de circovírus em outra espécie de vida livre, exceto na própria ararinha-azul. O vírus não afeta galinhas, patos e outras aves de produção, além de não representar risco à saúde humana.

Ararinha-azul
As ararinhas-azuis (Cyanopsitta spixii) serviram de inspiração para personagens do filme ‘Rio’, a animação sucesso de bilheteria lançada em 2011. A espécie chegou a ser considerada extinta da natureza. Nos últimos anos, o trabalho de parceria entre o ICMBio e a Associação para a Conservação de Papagaios Ameaçados (ACTP) repatriou dezenas de aves para ajudar na conservação da espécie no Brasil.

Em 2023, após 37 anos, dois filhotes de ararinha-azul nasceram no município de Curaçá. A espécie é endêmica da região, o que significa que ocorre exclusivamente na cidade. O nascimento foi considerado um marco pelos pesquisadores responsáveis pela reintrodução das ararinhas-azuis no sertão baiano. A soltura de um novo grupo de ararinhas-azuis para a natureza, que estava prevista para julho, foi temporariamente suspensa devido aos registros do circovírus. Ainda não há prazo para o fim das medidas emergenciais.

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