Milagre? Arquidiocese de SP investiga imagem de Nossa Senhora que verte mel e azeite

Milagre? Arquidiocese de SP investiga imagem de Nossa Senhora que verte mel e azeite

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com

Antonio Dilson Neto

Reprodução/Redes sociais

Publicado em 01/08/2025 às 09:44 / Leia em 3 minutos

A Arquidiocese de São José do Rio Preto (SP) instaurou uma comissão oficial para investigar um fenômeno religioso que há mais de 30 anos atrai milhares de fiéis: uma imagem de Nossa Senhora de Fátima que, segundo testemunhos, verte mel, sal, azeite e vinho, na cidade de Mirassol.

Popularmente conhecida como Nossa Senhora do Mel, a escultura pertence à devota Lilian Aparecida Montemor, que a comprou em Portugal, em 1991. Dois anos depois, em março de 1993, o suposto fenômeno começou: a imagem teria começado a verter líquidos de forma espontânea e contínua, um mistério que resiste ao tempo e já foi submetido a análises científicas.

Até hoje, sem explicações conclusivas.

Foto: Reprodução/Redes sociais

Investigação oficial

Em resposta à crescente comoção e às dúvidas dos fiéis, o arcebispo Dom Antônio Emídio Vilar anunciou a criação de uma comissão composta por um teólogo, um canonista, um perito, um notário e um delegado. A função do grupo é avaliar a autenticidade do fenômeno, seguindo normas rigorosas da Igreja Católica e critérios estabelecidos pelo Dicastério para a Doutrina da Fé, no Vaticano.

“É uma atividade necessária destinada a responder a tantos que nos procuram em busca de informações acerca desses fenômenos”, declarou o arcebispo.

A comissão vai coletar amostras dos líquidos, acompanhar as práticas devocionais ao redor da imagem e tomar depoimentos de testemunhas. O objetivo é verificar tanto a natureza dos elementos quanto o impacto espiritual que o episódio provoca entre os católicos.

Apesar da abertura da investigação, a peregrinação ao local continua autorizada. A Arquidiocese reforçou, no entanto, que o processo ainda está em fase inicial e não há decisão final ou reconhecimento oficial do fenômeno.

Em 2021, a imagem passou por exames realizados na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Os pesquisadores constataram que a peça é oca e que não verte nenhum líquido quando está sozinha — o que, para os devotos, reforça a ideia de que o milagre acontece apenas diante de pessoas com fé.

Um dos principais pontos de mistério está no mel que escorre da imagem. Segundo uma análise laboratorial encomendada pela Igreja, a substância não é compatível com nenhum mel produzido por abelhas conhecidas na Terra.

A imagem também já passou por processos de restauração por conta das inúmeras peregrinações que recebe. O mel pode ser consumido ou doado aos fiéis.

Em 2023, a comoção foi tanta que até a cantora Elba Ramalho esteve na Igreja Santa Rita de Cássia, em Mirassol, para rezar e cantar diante da escultura.

Discrição e oração

A comissão segue seus trabalhos em sigilo canônico, e ainda não há prazo para a conclusão da análise. Quando encerradas, as investigações serão encaminhadas ao Vaticano.

Em nota oficial, a Arquidiocese pediu que os fiéis acompanhem o processo com “oração, confiança e serenidade”, evitando julgamentos precipitados ou divulgação de informações que não estejam de acordo com os ensinamentos da Igreja.

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