Natural de Nova Itarana, no sudoeste da Bahia, Rafael Sousa, de 25 anos, acaba de lançar sua biografia intitulada “O Diário de Rafael”, obra que narra sua trajetória de superação após um diagnóstico precoce de paralisia cerebral. A condição, segundo os médicos, o impediria de desenvolver habilidades básicas como leitura e escrita — mas Rafael contrariou todas as expectativas.
“Aquele menino desacreditado virou escritor!”, declarou, emocionado.
Segundo sua mãe, Rosângela Sousa, o diagnóstico veio após uma série de exames que indicaram que o filho dependeria dela por toda a vida. “Quando ele nasceu, não sabíamos que ele tinha paralisia cerebral. Depois de anos de idas a médicos, ouvi que ele dependeria muito de mim”, contou em entrevista à TV Sudoeste.
Mesmo diante dos prognósticos, Rafael aprendeu a ler, escrever e se expressar por meio da escrita. O que começou como um diário pessoal, repleto de reflexões sobre suas conquistas e desafios, se transformou em um livro com o objetivo de inspirar outras pessoas com deficiência.

Baiano com paralisia cerebral lança biografia depois de médicos afirmarem que ele não conseguiria ler
“Foi um milagre de Deus. Aprender a ler, escrever, andar com cadeira de rodas, vencer preconceitos… tudo isso foi uma conquista. Minha mãe sempre me ensinou que a oração tem poder”, contou ao portal g1.
A publicação da obra foi viabilizada por meio da Lei Paulo Gustavo, e o livro foi lançado oficialmente em maio deste ano. Desde então, Rafael tem participado de eventos, entrevistas e palestras em escolas da Bahia, levando sua mensagem de fé e superação.
Para o psicólogo Fabrício Souza, o impacto do livro vai além da representatividade. “Quando as pessoas têm contato com produções de pessoas com deficiência, elas percebem que esses indivíduos têm voz, têm história, têm autonomia. E isso muda olhares”, afirmou.