No mês em que se celebra o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, o Goethe-Institut Salvador-Bahia sedia o lançamento do livro e da mostra Weaving Stories (Tecendo Histórias), que reúne 10 narrativas visuais afrocêntricas. O evento acontece no dia 29 de julho, às 18h, com a presença das fotógrafas brasileiras Geovana Maria e Ana Carolina Haddad, cujos projetos integram a obra. A exposição fica em cartaz até o dia 29 de setembro. A entrada é gratuita.
Com curadoria editorial da fundadora do PICHA, Josiane Faubert, Weaving Stories já passou por cidades dos Estados Unidos e Quênia e chega a Salvador como parte de um circuito global que busca ampliar o acesso a representações mais autênticas das vivências negras. A publicação reúne mais de 50 fotografias acompanhadas de reflexões que aprofundam o contexto das imagens e a experiência dos autores.
Entre os destaques do projeto, está Geovana Maria, nascida no município baiano de Camaçari, que apresenta o ensaio “Mulheres que Curam: Tecnologias Ancestrais das Mulheres Negras”. A fotógrafa retrata o cotidiano de rezadeiras, herbalistas e curandeiras, evidenciando o uso de ervas, massagens e rituais como práticas de cuidado e conexão espiritual. “Essas imagens são uma forma de manter vivos os saberes das nossas avós. É um convite para que mais mulheres negras se reconheçam como herdeiras e guardiãs dessas tecnologias”, afirma Geovana.
Já a fotógrafa e jornalistaAna Carolina Haddad, de São Paulo, traz o ensaio “A base da gastronomia brasileira passa pela diáspora”. O projeto investiga os vínculos entre a comida brasileira e as heranças africanas. “Quando a gente fala de comida, a gente fala de fé. O que chamamos de cozinha típica brasileira é, na verdade, uma longa oração da diáspora”, diz Ana Carolina.
“Buscamos apoiar projetos que descentralizam narrativas e colocam vozes negras e femininas no centro da cena. É uma forma de reforçar nosso compromisso com a diversidade e com a escuta sensível às histórias que nos atravessam”, afirma a diretora do Goethe-Institut Salvador-Bahia, Friederike Möschel.