Saúde mental dos brasileiros está entre as piores do mundo, aponta estudo

Saúde mental dos brasileiros está entre as piores do mundo, aponta estudo

Redação Alô Alô Bahia

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Jcomp/Freepik

Publicado em 16/05/2024 às 11:58 / Leia em 3 minutos

O relatório do Global Mind Project, que divulga anualmente dados sobre o bem-estar no planeta, aponta que a saúde mental dos brasileiros está entre as piores do mundo. O estudo, que foi elaborado a partir de enquetes realizadas com 420 mil pessoas de 71 países e em 13 idiomas, avalia capacidades cognitivas e emocionais, como a habilidade de lidar com o estresse e de funcionar de forma produtiva. Nesse levantamento, o Brasil ficou na última posição, ao lado de países como África do Sul e Reino Unido.

A pontuação média no mundo permaneceu em níveis similares aos do período da pandemia: sendo que 38% dos entrevistados se sentem “melhorando” e 27% estão “angustiados” e “se debatendo”. O Brasil ficou uma proporção de “angustiados” maior, em 34%, sendo os jovens com menos de 35 os mais afetados. Já países como República Dominicana, Sri Lanka e Tanzânia tiveram as melhores pontuações.

Para o psiquiatra Elton Kanomata, do Hospital Israelita Albert Einstein, em entrevista à CNN, a pandemia de Covid-19 teve um impacto significativo na saúde mental das pessoas. “Devido a uma série de fatores estressantes, como isolamento social, preocupações com a saúde, incertezas econômicas e perda de entes queridos”, explica. “O Brasil foi afetado de forma significativa, com altas taxas de infecção, mortalidade e abalo econômico. O impacto prolongado da pandemia pode ter contribuído para o quadro de estresse crônico e ansiedade, comprometendo a saúde mental da população”, acrescenta.

Novas relações trazidas pela pandemia podem interferir nos baixos índices de saúde mental como, por exemplo, trabalho remoto, hiperconectividade e mudanças no estilo de vida, aponta o estudo. “Embora o trabalho remoto ofereça flexibilidade e conveniência para muitas pessoas, também pode levar a uma mistura entre a vida pessoal e a profissional, dificultando a desconexão e o estabelecimento de limites saudáveis. Tem sido muito comum relatos de maiores jornadas de trabalho e utilização de menos tempo para intervalos para o almoço ou o café, por exemplo, quando comparados ao período pré-pandêmico. Além disso, a falta de interação social no local de trabalho pode levar à solidão e ao isolamento, afetando negativamente a saúde mental”, avalia o especialista.

A piora da saúde mental, segundo a pesquisa, também tem relação com hábitos comuns da vida moderna. Fatores como ganhar o primeiro smartphone muito cedo ou comer alimentos ultraprocessados também afetam a saúde mental. “O uso excessivo de smartphones, especialmente em idades mais jovens, pode estar ligado a problemas de saúde mental, como ansiedade, depressão e solidão”, alerta o psiquiatra.

Sobre a alimentação, o estudo apontou que mais da metade das pessoas que se alimentam de ultraprocessados diariamente está na categoria “angustiados” ou “se debatendo”, comparado a apenas 18% dos que raramente comem esse tipo de alimento.

 

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