Preta Gil morreu, neste domingo (20), aos 50 anos, em decorrência de complicações causadas por um câncer no intestino. A artista enfrentava a doença desde janeiro de 2023 e, nos últimos meses de vida, buscava um tratamento experimental nos Estados Unidos, após uma série de procedimentos no Brasil.
A trajetória contra o câncer foi marcada por desafios, cirurgias complexas e momentos delicados de recuperação.
A cantora recebeu alta hospitalar em fevereiro de 2025, após quase dois meses internada no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde havia passado por uma cirurgia de 21 horas para retirada de tumores. Na ocasião, teve o quadro estabilizado, mas seguiria em cuidados contínuos.
Cirurgias, uso da bolsa de ileostomia e remissão
Em agosto de 2023, foi submetida à primeira cirurgia para retirada do tumor. Como parte do pós-operatório, precisou usar uma bolsa de ileostomia temporária, por onde saíam as fezes.
Em novembro, passou por uma nova operação para a reconstrução do trato intestinal e retirada da bolsa. Durante esse período, não escondeu o dispositivo, ajudando a desmistificar seu uso e conscientizar sobre a realidade de pacientes oncológicos. “Tive que reaprender a evacuar com fisioterapia pélvica para fortalecer meu esfíncter”, revelou na autobiografia.
Após meses de tratamento intenso, cirurgias e acompanhamento médico rigoroso, Preta recebeu a notícia mais esperada: a remissão do câncer, que voltaria alguns meses depois.
A recidiva e a cirurgia de 20 horas
Em agosto de 2024, Preta anunciou que a doença havia voltado, desta vez em quatro locais: dois tumores nos linfonodos, um nódulo no ureter e metástase no peritônio. Diante do avanço da doença, os médicos optaram por uma cirurgia extensa, realizada em 19 de dezembro de 2024, no Hospital Sírio-Libanês.
O procedimento durou 20 horas e exigiu um longo período de internação. Durante esse tempo, a cantora recebeu o apoio de familiares e amigos próximos. Passou o Natal na UTI e, na virada do ano, já na semi-intensiva, celebrou ao lado do pai, Gilberto Gil, da neta Sol de Maria e de amigos como Gominho.
No fim de janeiro, Preta revelou que, após a última cirurgia, precisou voltar a usar uma bolsa de colostomia, desta vez, de forma definitiva. “É um reaprender, mas sou muito grata a ela por isso”, disse.
Tratamento nos Estados Unidos
Em 12 de maio deste ano, Preta viajou para os Estados Unidos, com o objetivo de iniciar um tratamento experimental em centros especializados. A viagem foi considerada uma última tentativa de controle da doença, após o esgotamento das possibilidades terapêuticas convencionais no Brasil.
Antes da viagem, Preta reuniu amigos e familiares em um almoço íntimo em seu apartamento em São Paulo para celebrar o Dia das Mães.
A artista, acompanhada por equipes médicas brasileiras e americanas, chegou a contar no “Domingão com Huck” que sua chance de cura estava fora do país.
“Agora eu entro numa fase difícil, complicada porque aqui no Brasil a gente já fez tudo que podia. As minhas chances de cura estão fora do Brasil e é pra lá que eu vou, pra voltar pra cá curada. Tenho muita coisa a fazer nessa vida e me recuso a aceitar que se findou para mim”, disse a artista, na época.
No país, ela foi atendida no Memorial Sloan Kettering Cancer Center, uma das instituições de referência mundial em tratamento e pesquisa oncológica. Preta, no entanto, não resistiu e semanas depois, encerrou uma batalha pública e corajosa contra a doença.
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