O beiju pode se tornar patrimônio imaterial do município de Irará, cidade a cerca de 50 km de Feira de Santana. O projeto que reconhece a importância do alimento foi aprovado pela Câmara Municipal e aguarda sanção do prefeito.
Em Irará, a tradição atravessa gerações, especialmente entre as mulheres, conhecidas como beijuzeiras, que mantêm viva a cultura da produção artesanal nas cozinhas de casa, associações e cooperativas.
A história do beiju em Irará começa no cultivo da mandioca, que se intensificou na década de 1980 e passou a movimentar comunidades inteiras. Com técnicas transmitidas de geração em geração, a produção do beiju se tornou símbolo de resistência feminina e empreendedorismo rural.
Hoje, mais de 120 mulheres atuam diretamente com o produto. Entre elas está Marinalva Cerqueira, conhecida como Nalva do Beiju, que lidera uma associação familiar no município. “São mulheres guerreiras que buscam o sustento para dentro de casa. Mesmo com chuva ou sol, estão no forno fazendo beiju, arrancando mandioca e vendendo. Isso é gratificante”, destacou.
A tradição ganhou ainda mais força com a criação do Festival do Beiju de Irará, idealizado em 2015 pelas irmãs e produtoras culturais Bernadete Anunciação e Lucy Anunciação. “Criar um festival cultural itinerante, que é o festival do beiju, vai fortalecendo toda a cadeia produtiva de homens e mulheres do campo, levando assim o nosso artesanato, nossa arte, nossa cultura, nosso samba de roda e as manifestações culturais”, avaliou Bernadete Anunciação.
As informações são do g1