‘Maligna e megalomaníaca’: Nobel de Economia critica tarifa de 50% aplicada ao Brasil por Trump

‘Maligna e megalomaníaca’: Nobel de Economia critica tarifa de 50% aplicada ao Brasil por Trump

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com

José Mion/Alô Alô Bahia com informações do g1

Corbis via Getty Images

Publicado em 10/07/2025 às 10:34 / Leia em 2 minutos

O economista americano Paul Krugman criticou as tarifas de 50% impostas por Donald Trump sobre exportações brasileiras. Em artigo publicado na noite desta quarta-feira (9), intitulado “Programa de Proteção a Ditadores de Trump”, o ganhador do Nobel de Economia classificou a ação do ex-presidente republicano como “maligna e megalomaníaca”.

“Por que digo que é megalomaníaco? O Brasil tem mais de 200 milhões de habitantes. Veja para onde vão suas exportações: as exportações para os Estados Unidos representam menos de 2% do PIB brasileiro. Trump realmente imagina que pode usar tarifas para intimidar uma nação enorme, que nem sequer depende muito do mercado americano, a abandonar a democracia?”, questionou.

Krugman também argumentou que a medida seria “motivo suficiente” para o impeachment de Trump. “Estamos vendo mais um passo terrível na espiral de decadência do nosso país”, declarou.

Segundo o economista, Trump utiliza o tarifaço contra o Brasil com fins políticos. “Repare que Trump mal finge ter uma justificativa econômica para essa ação. Tudo isso tem a ver com punir o Brasil por colocar Jair Bolsonaro em julgamento”, diz.

“Agora, Trump está tentando usar tarifas para ajudar outro aspirante a ditador”, afirmou Krugman, atualmente professor da City University de Nova York.

Entenda o caso

Nesta quarta-feira (9), Donald Trump enviou uma carta ao presidente Lula notificando a imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, a partir de 1º de agosto. No documento, citou o julgamento de Jair Bolsonaro no STF como “uma vergonha internacional”.

Lula respondeu que o Brasil não aceitará tutelas e que responderá com base na Lei da Reciprocidade Econômica. Entidades da indústria e do agronegócio também se posicionaram contra a medida, alertando para riscos aos empregos.

Trump alegou, sem apresentar provas, que a decisão se deve a supostos ataques do Brasil à democracia e à liberdade de expressão nos EUA. Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior mostram, no entanto, que os EUA mantêm saldo comercial amplamente favorável em relação ao Brasil, mais de US$ 48 bilhões em 28 anos.

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