Vitória Drumond Medeiros, filha de Geraldo Medeiros Júnior, que pilotava o avião de Marília Mendonça quando ela morreu, se manifestou sobre a informação que vazou nos últimos dias de que Dona Ruth, mãe da artista, teria feito um acordo extrajudicial com as famílias das vítimas do acidente e solicitado 50% do valor do seguro. A jovem confirmou que a empresária pediu metade do seguro, como saiu na mídia esta semana.
“Vamos conversar uma coisa aqui rapidinho. Nem como veio à tona, mas agora estou vendo em todos os canais midiáticos. Esse negócio do seguro do avião. O seguro tinha um milhão de dólares a ser repartido, eram cinco vítimas do acidente, e era um acidente por morte. Ou seja: divide entre as cinco vítimas e os respectivos que tenham que receber. Por exemplo, no caso do meu pai, eu, a minha madrasta e os meus dois irmãos. E assim cada família tinha seus dependentes ali”, começou.
“Bom, a parte da Marília Mendonça pediu 50% disso. E para mim não foi justo. A gente tinha que fazer um acordo, senão ia para a Justiça. Eu fui contrária a essa decisão até o momento que eu pude. Eu falei: ‘isso não é justo. Porque é um seguro por morte, então tem que dividir. Não é de acordo com outros fatores’. É de acordo com a morte, foram cinco vítimas, e todas as vidas valem igual, independente de quem foi na Terra. Por exemplo, na minha casa, o provedor foi embora, que era meu pai. Graças a Deus, hoje eu tenho a minha avó que me ajuda, mas são os provedores das nossas casas, né? Tinha só a Marília de mulher, os outros eram todos homens”, continuou.
“E aí foi isso. Então, foi decidido que eram cinco vítimas, 50% desse dinheiro foi para parte da Marília, os outros 50 foi dividido entre as quatro famílias. Eu fui contrária a essa decisão até o momento que eu pude, sabe? Isso se postergou, esse processo durou uns três, quatro meses, não sei, um ano. E eu fui contrária a essa decisão porque, para mim, não era justo, até porque eu acho que a parte da Marília era a que mais tinha dinheiro ali, sabe? As outras famílias tinham menos, precisavam mais. O meu provedor foi embora. Esse dinheiro ia ajudar muito cada uma das famílias. Eu, por exemplo, deixei de fazer medicina na Argentina porque estava ficando insustentável”, disse.
A jovem explicou que não pôde mais estudar por conta disso. “Estava muito caro lá por causa do câmbio, então voltei para o Brasil para tentar fazer a Federal, que é gratuita. Então é isso, mas essa decisão estava se postergando, senão iria para a Justiça e aí já estava até dando conflito familiar, sabe? E então uma hora eu cedi também, porque eu fui contrária bastante tempo, mas uma hora eu cedi também. Eu falei: ‘Não, beleza, vou me repartir assim, se é assim, ok'”, afirmou.
“E repartimos mais ou menos dessa forma e foi isso. Acho essa decisão injusta, sabe? Acho que poderia ter sido dividido esse valor entre as cinco famílias, suas respectivas porcentagens, mas não foi feito assim. E é isso, só queria esclarecer isso porque parece que está como boato, né? Mas isso foi verídico, isso eu passei, foi um processo. E é”, disse.
“Mas aí eu passei aqui só para esclarecer isso. Não acho justo, mas aconteceu, foi assim. Que bom que dividiu, que bom que não está na justiça, porque isso poderia demorar 10 anos, não sei, essas coisas de Justiça. Mas já deu tudo certo, né? E é isso, foi feito assim”, concluiu.
Defesa de Dona Ruth nega
Dona Ruth, mãe de Marília Mendonça (1995 — 2021), teria ficado com metade do valor do seguro de cada vítima do acidente que matou sua filha, em 2021, de acordo com o jornalista Ricardo Feltrin. Em um vídeo publicado em seu canal no YouTube, nessa segunda-feira (7), ele afirmou que a empresária teria procurado a seguradora menos de 24 horas após a tragédia e teria proposto aos familiares das vítimas na queda da aeronave que ela ficasse com 50% do dinheiro que seria destinado a eles, já que eles estavam ali por causa da artista.
Feltrin disse que o seguro era de US$ 1 milhão, com uma apólice que previa US$ 200 mil para cada passageiro. Dona Ruth, então, teria recebido US$ 100 mil por cada uma das quatro vítimas, e acumulado US$ 500 mil. O jornalista ainda afirmou que a empresária teria dito que, por ter dinheiro, poderia prolongar uma disputa judicial por anos, se alguma das partes não topasse a divisão.
Procurado por Quem, Robson Cunha, advogado de Dona Ruth, negou as informações de Feltrin, que, segundo ele, são “totalmente inverídicas”, e contou que já notificou extrajudicialmente o jornalista. “O caso foi tratado em juízo. O acordo foi realizado por todos os herdeiros e todo o valor do seguro, conforme demonstrado. O que ocorre é uma campanha para difamar a Dona Ruth com mentiras, onde o único objetivo, já sabemos, é tentar criar uma opinião pública desfavorável a ela, que a prejudique no processo de guarda. Isso, além de desprezível e desrespeitoso, diz muito sobre quem cria essas inverdades”, afirmou.
Na notificação extrajudicial, o advogado argumenta: “1. No dia 07 de julho de 2025, Vossa Senhoria publicou, no canal de sua titularidade na plataforma YouTube, sob o título ‘Mãe de Marília tomou seguro de mortos no avião’, um vídeo com alegações gravíssimas, inverídicas e ofensivas à honra da notificante, atribuindo-lhe, sem qualquer base fática ou documental, conduta moralmente reprovável e juridicamente ilícita”, começa.
“2. Em especial, Vossa Senhoria afirma que a Sra. Ruth Moreira teria procurado a seguradora apenas um dia após o acidente aéreo que vitimou sua filha, Marília Mendonça, insinuando apropriação indevida de valores indenizatórios que pertenceriam aos herdeiros das demais vítimas. Esta afirmação é completamente falsa, desprovida de qualquer prova e configura grave ofensa à reputação, à dignidade pessoal e à memória da família envolvida”, continua.
“3. O conteúdo divulgado também omite, de forma deliberada, o fato de que o pagamento dos valores da apólice securitária foi objeto de acordo judicial firmado no processo nº 5609097-36.2022.8.09.0051, em trâmite perante o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, com a devida homologação por sentença com resolução de mérito, anuência expressa do Ministério Público e assinatura do genitor do menor Léo, Sr. Murilo Huff. Ressalta-se ainda que a totalidade do valor recebido da seguradora foi integralmente depositada em conta bancária de titularidade exclusiva do menor Léo, não havendo qualquer benefício pessoal ou desvio de finalidade por parte da notificante”, afirma.