O corpo da publicitária Juliana Marins, de 26 anos, que morreu após cair de uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia, passou por uma nova autópsia ao chegar ao Brasil no último dia 1º. A perícia foi solicitada pela família da jovem com o objetivo de confirmar o horário da morte e avaliar se houve possível omissão de socorro por parte das autoridades locais.
Segundo Mariana Marins, irmã de Juliana, os familiares ainda não receberam oficialmente os resultados do novo laudo. A informação foi dada após o jornal O Globo questionar sobre o andamento da apuração.
“A família não recebeu nada”, afirmou Mariana, indicando que, mais uma vez, tomaram conhecimento dos desdobramentos pela imprensa.
De acordo com reportagem da TV Globo, peritos brasileiros estimam que Juliana tenha permanecido viva entre 10 e 15 minutos após a queda. No entanto, não foi possível determinar o horário exato da morte. O laudo indica que, nesse intervalo, a vítima não teria condições de se locomover nem de reagir.
A Polícia Civil do Rio de Janeiro confirmou que o laudo foi finalizado e anexado ao processo, que corre sob sigilo judicial. Mariana informou que há um encontro agendado com representantes das autoridades para a próxima sexta-feira, quando a família espera ter acesso aos documentos oficiais.
“(Está) agendado pra sexta”, disse ao O Globo.
Procurada, a Polícia Civil não respondeu até a publicação desta matéria.
Circunstâncias da morte e translado
Juliana caiu de um penhasco no dia 21 de junho, durante uma trilha no Monte Rinjani, um vulcão ativo na Indonésia. Segundo relatos, ela foi vista com vida após a queda, mas o socorro só chegou quase quatro dias depois. O corpo foi resgatado em 25 de junho com o apoio de voluntários e equipes locais.
A primeira autópsia foi feita no Hospital Bali Mandara, em Denpasar. O médico legista responsável, Ida Bagus Alit, divulgou informações à imprensa local, mas a família afirma que não foi comunicada oficialmente. Manoel Marins, pai de Juliana, que estava em Bali, disse que não foi procurado pelas autoridades indonésias durante o processo.
Após os procedimentos iniciais, o corpo foi embalsamado para o transporte ao Brasil. A viagem ocorreu em um voo da Emirates até São Paulo, seguido por um traslado em aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) até o Rio de Janeiro. Ao desembarcar, o corpo foi levado ao Instituto Médico Legal (IML) Afrânio Peixoto, no Centro do Rio, onde foi realizada uma nova autópsia no dia seguinte, com a presença de um perito da Polícia Federal e de um representante da família.