9 de julho pode ser um dos dias mais curtos já registrados na Terra; entenda

9 de julho pode ser um dos dias mais curtos já registrados na Terra; entenda

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com

Tiago Mascarenhas, com informações da BBC

NASA

Publicado em 08/07/2025 às 21:37 / Leia em 3 minutos

Esta quarta-feira, 9 de julho, tem grandes chances de entrar para a história como um dos dias mais curtos já medidos no planeta. Segundo o astrofísico Graham Jones, do site especializado timeanddate.com, a Terra deve completar sua rotação cerca de 1,5 milissegundo mais rápido do que os habituais 86.400 segundos.

O fenômeno não é novo. Desde 2020, os relógios atômicos, que medem o tempo com altíssima precisão, têm identificado variações sutis na rotação do planeta.

No recorde atual, registrado em 5 de julho de 2024, o giro da Terra terminou 1,66 milissegundo antes do previsto. A expectativa é que esse tipo de encurtamento se repita também nos dias 22 de julho e 5 de agosto deste ano.

Apesar de imperceptível para o cotidiano humano, essa diferença mínima pode afetar sistemas que dependem de sincronia exata, como satélites e GPS. Mas não há necessidade de ajustes nos relógios convencionais.

Cientistas ainda investigam o que estaria provocando essa aceleração rotacional. As teorias envolvem desde alterações no núcleo da Terra até variações nos oceanos e na atmosfera.

Um dos fatores considerados para as datas específicas é a posição da Lua em relação à Linha do Equador, o que pode influenciar a força gravitacional exercida sobre o planeta.

Leonid Zotov, pesquisador da Universidade Estatal de Moscou e autoridade nos estudos de rotação terrestre, afirma que os modelos atmosféricos e oceanográficos ainda não conseguem explicar a intensidade dessa aceleração.

A projeção dele é que, em breve, esse movimento deve entrar em reversão, com a Terra voltando a girar de forma mais lenta.

Ao longo da história geológica, a rotação da Terra já variou bastante. Segundo a professora Hannah Fry, da Universidade de Cambridge, há cerca de 430 milhões de anos, o planeta completava cerca de 420 dias em um único ano.

Isso indica que o planeta girava mais rápido no passado, e que a noção de tempo, como conhecemos hoje, sempre foi instável.

Para além dos dados físicos, o filósofo Julian Baggini lembra que a percepção do tempo também muda conforme a cultura e o momento histórico. “No Ocidente moderno, enxergamos o tempo como algo que avança em linha reta. Já para muitas culturas tradicionais, ele é cíclico, como as estações ou o nascer e o pôr do sol”, afirma.

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