A cápsula espacial Nyx, da empresa alemã The Exploration Company, sofreu uma falha durante o processo de reentrada na atmosfera da Terra e caiu no oceano Pacífico no fim de junho.
A bordo estavam restos mortais cremados de 166 pessoas, enviados pela empresa americana Celestis, especializada em cerimônias memoriais espaciais.
O lançamento da missão ocorreu no dia 23 de junho e, inicialmente, foi bem-sucedido. A cápsula alcançou a órbita terrestre, completou duas voltas ao redor do planeta e manteve comunicação até os momentos finais da reentrada.
A falha, no entanto, impediu o pouso controlado e, conforme comunicado divulgado pela empresa, a comunicação com a nave foi perdida poucos minutos antes do pouso no mar. A cápsula não será recuperada.
“Lamentamos profundamente e pedimos desculpas aos nossos clientes. Estamos conduzindo uma investigação para entender exatamente o que ocorreu”, afirmou a The Exploration Company, em nota.
A expectativa era de que um helicóptero recolhesse a cápsula após o pouso e que os materiais fossem devolvidos às famílias junto com certificados da missão e um vídeo detalhado da jornada.
A missão, batizada de “Perseverance”, era a primeira da Celestis com retorno à superfície terrestre. Até então, a empresa vinha realizando voos que deixavam os restos mortais na órbita da Terra, na superfície da Lua ou no espaço profundo.
Desta vez, a proposta era levar o material ao espaço e trazê-lo de volta em segurança, algo que acabou não sendo possível.
Apesar da falha, a companhia classificou o voo como um “sucesso parcial”, destacando os avanços técnicos obtidos e o fato de a cápsula ter cumprido parte dos objetivos.
“Ultrapassamos limites em tempo e custo recordes. Esse resultado reflete nossa ambição e os riscos envolvidos na inovação”, declarou a empresa, que pretende realizar uma nova missão em breve.
Fundada em 1994, a Celestis é pioneira no envio de restos mortais e DNA ao espaço como forma de homenagear entes queridos. Os preços do serviço variam entre US$ 3,495 e US$ 12,995 (R$ 19 mil e R$ 70,8 mil na cotação atual do dólar).
