Um registro emocionante viralizou nas redes sociais ao mostrar um menino de quatro anos acariciando, pela primeira vez, a cadela da família. O momento, compartilhado no TikTok por sua mãe, Alex Waits, tocou milhões de pessoas e marcou uma importante conquista na relação entre Waylon e Stella, a golden retriever que vive com a família em Ohio, nos Estados Unidos.
Diagnosticado com autismo não verbal nível 3, Waylon tem hipersensibilidade sensorial e, por anos, evitou o contato físico com a cadela. No vídeo que ganhou repercussão global, ele aparece sentado calmamente ao lado de Stella, fazendo um carinho gentil enquanto ela permanece imóvel, paciente.
“Ela fica deitada ali, pacientemente, esperando que ele a acaricie”, relatou Alex à revista People. A relação entre os dois começou a se formar durante a pandemia, quando a família adotou Stella. Waylon era ainda um bebê e, segundo a mãe, demonstrava incômodo até com o toque mais leve.
“Ele a tocava, gritava e não gostava muito disso”, lembrou Alex. “A textura do pelo era demais para ele.”
@alexrichell2.0 She really said “no sudden movements!” 🤣🤣 sometimes he likes to use his feet to pet her, but she learned real fast that if she moves, he’ll stop so she just stands like a statue when he’s giving her attention 🥹❤️ #bullybreed #doggo #viral #autism #momsoftiktok #autistic #nonverbal ♬ original sound – Mason
No entanto, nos últimos seis meses, a convivência entre os dois passou por uma transformação. Waylon começou a se aproximar da cadela usando os pés, depois com o dedo e, em seguida, incorporando seus brinquedos no processo. Um dos vídeos captados pela mãe mostra o menino usando Stella como uma espécie de apoio para os brinquedos, num gesto que, segundo ela, também era uma forma de afeto.
“No vídeo que eu estava gravando, ele estava usando ela como mesa com os brinquedos dele e meio que fazendo carinho nela com os brinquedos”, contou. “É assim que ela recebe carinho dele, com o brinquedo do Minecraft. Achei muito engraçado.”
Stella, por sua vez, parece compreender intuitivamente a diferença no comportamento do menino. “Com ele, ela sabe que precisa ser muito atenta, muito calma. Ela sabe que ele pode se assustar facilmente às vezes”, explicou Alex. “Ela tenta ser pequena.”
Foi durante uma dessas interações que Waylon finalmente estendeu a mão e tocou a cadela de maneira espontânea. “Tenho gravado bastante as pequenas interações deles nos últimos seis meses. Não esperava que ele fosse fazer carinho de verdade nela. É tão emocionante”, comentou Alex.
Além de representar uma evolução no relacionamento com a cadela, o gesto simboliza também um avanço na comunicação do menino. “Ele está, mesmo agora, fazendo muita terapia e começando a encontrar suas palavras e sua forma de se comunicar”, afirmou a mãe.
O vídeo com o gesto singelo de Waylon foi amplamente compartilhado e emocionou milhares de internautas, muitos dos quais deixaram relatos sobre experiências parecidas com filhos autistas e seus animais de estimação.
Alex, que é tosadora profissional, afirma que sempre incentivou o comportamento gentil da cadela com os filhos. “Toda vez que ela esbarrava em alguém ou exagerava um pouco, eu dizia ‘Não’, dando a ela um osso para redirecioná-la.”
Ainda assim, ela acredita que o elo entre Waylon e Stella vai além do adestramento. “Ela definitivamente captou os sinais que eu e ele tínhamos sobre como eu o tratava de forma diferente das outras crianças.”
Hoje, Stella é mais do que um animal de estimação: é um ponto de equilíbrio para o menino. “Se ele precisa de um pouco de energia calma, ele vai sentar ao lado dela, porque ela é um lugar tranquilo para ele”, observou Alex. “Se ele se sente superestimulado ou não se sente bem, ele gosta de ir para um lugar tranquilo. E notei ultimamente que ele gosta de sentar ao lado dela.”
Para Alex, a convivência entre seu filho mais novo e a cadela reforça a importância de respeitar o tempo e o ritmo de cada um. “Nunca force. Seu cão e seu filho certamente farão isso sozinhos. Eles encontrarão seu próprio meio-termo, assim como seus filhos autistas. Eles vivem de maneiras diferentes, então precisam aprender a se adaptar de maneiras diferentes.”
