Museu em Salvador terá exposição com mais de 200 trabalhos de Vik Muniz

Museu em Salvador terá exposição com mais de 200 trabalhos de Vik Muniz

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com

José Mion/Alô Alô Bahia com informações d'O Globo

Gleyson Ramos/Divulgação

Publicado em 30/06/2025 às 16:46 / Leia em 3 minutos

Após ser inaugurada há poucos dias em Recife, a retrospectiva “A olho nu”, a mais completa já dedicada à obra de Vik Muniz, chega em 12 de dezembro a Salvador. A informação foi confirmada ao Alô Alô Bahia pela esposa do artista, Malu Barretto, e marca um retorno afetivo e simbólico do artista à região onde mantém fortes vínculos pessoais e profissionais.

Com mais de 200 trabalhos reunidos, a exposição, que na capital baiana ficará em cartaz no Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC-Bahia), percorre toda a trajetória de Vik, dos anos 1980 até produções mais recentes, incluindo 37 séries e, pela primeira vez, a união entre esculturas e fotografias, dois pilares de sua obra. “Essa exposição me deu a chance de explorar a relação entre esses dois lados do meu trabalho, geralmente mostro só as fotos ou só os objetos”, comentou Vik em entrevista ao jornal O Globo.

Obra de Vik Muniz exposta no Instituto Ricardo Brennand, em Recife | Foto: Divulgação

A itinerância da mostra no Nordeste, antes de passar por centros como Rio ou São Paulo, é um gesto intencional de descentralização cultural. Para Vik, também é uma homenagem ao pai, Vicente José, cearense que faleceu em abril e que, segundo o artista, viveu um dos momentos mais felizes da vida ao vê-lo expor em Fortaleza.

“Quando expus em Fortaleza, ele me disse que foi um dos momentos mais felizes da vida dele. Era um cara sem estudo, que foi para o Rio num pau de arara, depois para São Paulo. Ele e minha mãe entraram num museu pela primeira vez para ver uma exposição minha, mas desde o início acreditaram em mim”, relembrou.

‘Action photo, after Hans Namuth’, de 1997, da série Pictures of Chocolate | Foto: Divulgação

O recorte curatorial de Daniel Rangel, diretor do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC-BA), traz obras emblemáticas como “Cabo de Guerra II” (1989). A exposição também inclui peças como “Crânio de palhaço” (1989), “O grande livro” (2010) e “Sarcófago tupperware” (2010), além de obras mais recentes, como “Concretismo clássico” (2025).

“Existe um lado elitista do mundo da arte que intimida, parece que se você não entendeu aquilo não é sofisticado o suficiente. Não quero que as pessoas venham para minha exposição para se sentirem burras, minha vontade é que elas achem graça, vejam algo interessante, identifiquem imagens que já viram milhões de vezes, mesmo sem saber exatamente o que é“, afirmou o artista, conhecido por seu humor crítico e por reconstruir imagens do repertório coletivo com materiais inusitados.

Foto: Gleyson Ramos/Divulgação

A passagem da mostra por Salvador tem também um sentido pessoal, já que é onde Vik mantém residência e ateliê, no Santo Antônio Além do Carmo, além da galeria Lugar Comum, na Feira de São Joaquim, na Cidade Baixa. “Eu vinha pouco de Nova York, mais para vê-los, até que numa viagem a Salvador, em 1999, fui descobrindo um Brasil que me pareceu mais autêntico, em que as pessoas não só consumiam a cultura, eram parte da cultura também. Ali senti que precisava estar mais próximo”, contou.

Compartilhe

Alô Alô Bahia Newsletter

Inscreva-se grátis para receber as novidades e informações do Alô Alô Bahia