Casarões históricos com estruturas comprometidas têm causado transtornos a moradores e trabalhadores em Salvador. Dois imóveis tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), localizados nos bairros do Santo Antônio Além do Carmo e do Comércio, apresentaram risco iminente de desabamento, o que levou à interdição de ruas e mudanças em rotas de ônibus.
No Santo Antônio Além do Carmo, parte de um casarão na Rua dos Perdões desabou no último domingo (22). O imóvel já havia sofrido um incêndio em fevereiro deste ano e, desde então, vinha sendo monitorado por órgãos municipais.
Com o novo desabamento parcial, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (Sedur) anunciou que parte da estrutura será demolida nesta quinta-feira (26), após autorização do Iphan. Laudos apontaram que as laterais da construção são as áreas mais críticas.
No bairro do Comércio, a situação se arrasta há mais tempo. A Rua Pinto Martins está bloqueada há três meses por causa do risco de queda de outro casarão, também tombado.
Localizado entre as ruas Portugal e Guindastes dos Padres, o imóvel foi alvo de decisão da Justiça Federal em março, que determinou que a União, o Iphan e o proprietário apresentassem um projeto de recuperação. Até agora, no entanto, nenhuma ação efetiva foi tomada.
A interdição da Rua Pinto Martins provocou mudanças no percurso de 22 linhas de ônibus que passam pela Ladeira da Montanha.
Com a alteração, muitos passageiros têm optado por vans clandestinas, que circulam sem autorização e não oferecem garantia de segurança. As viagens custam entre R$ 2 e R$ 3.
Em nota, a Sedur afirmou que a responsabilidade pela intervenção é do Iphan. A Secretaria de Mobilidade (Semob), por sua vez, informou que intensificará a fiscalização de transportes na região e que o itinerário dos ônibus será normalizado quando as condições forem consideradas seguras.
O Alô Alô Bahia entrou em contato com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para obter esclarecimentos sobre o acompanhamento dos casos dos casarões nos bairros do Santo Antônio Além do Carmo e do Comércio, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.