A exposição ‘Òná Ìrin: Caminho de Ferro’, assinada pela artista baiana Nádia Taquary, encerra seu período oficial de visitações nesta quarta-feira (18). Sediada no Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira, em Salvador, a instalação conduz os visitantes em uma experiência imersiva, que transita entre o feminino sagrado e atrajetória dos povos africanos para as Américas.
A mostra homenageia as Ìyàmi Aje, figuras míticas que representam o poder feminino, associadas a deidades como Iemanjá e Oxum. Utilizando de linhas de trem como elemento artístico metafórico, os visitantes acompanham os destinos e encruzilhadas das linhas férreas enquanto esculturas, objetos, espelhos e videoinstalações traduzem a poética do movimento, da comunicação (Exu) e da tecnologia (Ogum), ambas propostas pela artista.
Propondo a discussão do empoderamento feminino nas sociedades pré-coloniais africanas e na diáspora, a mostra traz joalherias pertencentes ao universo feminino negro. A ambientação também traz esculturas de mulheres geledés, aladas e sereias, reforçando a conexão dos poderes femininos com a identidade e a ancestralidade dos povos originários.
“Nádia Taquary conduz o público por caminhos de memórias, identidades e pertencimento nesta exposição imersiva, que convida o público a fazer parte da obra e a se ver refletida nela. Além da potência estética, a exposição foi escolhida por refletir as trajetórias de resistência das mulheres negras na luta contra o racismo e o machismo”, conta Cintia Maria, diretora-geral do MUNCAB.