Alberto Pitta será o único representante baiano na programação da Bienal de Dakar, a partir do dia 18 de maio. O baiano participará de uma exposição coletiva batizada de “Catching the Invisible” (Capturando o Invisível, em tradução livre), na Galerie Attis Dakar, na capital senegalesa.
O artista plástico e serígrafo, pioneiro das estampas afro baianas, estará ao lado de artistas de países da África e da diáspora Africana. Além dele, a única brasileira a integrar a curadoria de Aïssa Dione e Drª Jareh Das é a artista visual e historiadora da arte carioca Ana Beatriz Almeida.
O baiano levará à programação uma instalação escultórica chamada de “Barco do Assentamento”, que evoca as travessias atlânticas forçadas que moldaram o legado estético da Diáspora Africana no Brasil.
A obra reinterpreta um barco real, expondo seu esqueleto e incorporando signos e símbolos inspirados nos grandes mestres ferreiros, que forjavam às entidades e divindades da África Ocidental, como os Orixás, e aos mensageiros cultuados nas religiões de matriz africana no Brasil, muitos encontrados nas feiras e mercados de tradições afro-religiosas, como a Feira de São Joaquim, em Salvador.
A escultura é uma homenagem a Oxalá, o Senhor do Pano Branco. A instalação é predominantemente branca, mas destaca a riqueza de elementos e linguagens artísticas, como a madeira e o ferro. A peça será exposta sob um tecido senegalês igualmente estampado em branco, “evocando as águas que um dia nos separaram, mas que sempre nos conectaram ao continente africano”, explica.