Católicos seguem em queda no Brasil, enquanto evangélicos crescem e religiões afro-brasileiras se expandem

Católicos seguem em queda no Brasil, enquanto evangélicos crescem e religiões afro-brasileiras se expandem

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com

Tiago Mascarenhas

Unsplash

Publicado em 06/06/2025 às 10:25 / Leia em 3 minutos

Dados do Censo 2022, divulgados nesta sexta-feira (6) pelo IBGE, mostram que o Brasil registrou, pela primeira vez desde 1872, menos de 60% da população se declarando católica. Em 2022, 56,7% dos brasileiros afirmaram seguir a religião, percentual que já foi de 99,7% no primeiro levantamento, há 152 anos.

A queda tem sido contínua: nos últimos 12 anos, o catolicismo perdeu 8,4 pontos percentuais, confirmando a tendência de enfraquecimento iniciada nas décadas anteriores.

Apesar da retração, o catolicismo ainda é o grupo religioso com maior presença no país, com predominância no Nordeste (63,9%) e no Sul (62,4%). Em 4.881 dos 5.570 municípios, os católicos são maioria, com concentração superior a 95% em 20 cidades, principalmente no Rio Grande do Sul, em municípios influenciados por imigração italiana ou polonesa, como Montauri, União da Serra e Vespasiano Corrêa.

Na direção oposta, o número de evangélicos cresceu e chegou a 26,9% da população. O avanço foi de 5,2 pontos percentuais em comparação com o Censo anterior, realizado em 2010. O maior crescimento foi registrado nas regiões Norte (36,8%) e Centro-Oeste (31,4%).

Os evangélicos já são maioria em 244 municípios, sendo o grupo religioso com mais fiéis em mais da metade da população em 58 dessas cidades, especialmente em localidades com colonização alemã e pomerana, como Santa Maria de Jetibá (ES), Arroio do Padre (RS) e Arabutã (SC).

Outros segmentos também registraram mudanças. A proporção de espíritas caiu de 2,2% para 1,8% entre 2010 e 2022, enquanto a de seguidores da umbanda e do candomblé triplicou, passando de 0,3% para 1%.

As religiões afro-brasileiras têm maior presença no Sul (1,6%) e no Sudeste (1,4%). O número de brasileiros sem religião também subiu, de 8% para 9,4%, com destaque para a Região Sudeste (10,5%).

Religiões de matriz indígena passaram a representar 0,1% da população, e outras tradições religiosas somam agora 4%, frente aos 2,7% registrados anteriormente. Já os que não souberam ou não quiseram declarar sua religião são 0,2%.

As mulheres predominam em praticamente todos os grupos religiosos, com destaque para o espiritismo, onde 60,6% dos adeptos são do sexo feminino. Já os homens são maioria entre os sem religião (56,2%) e nas tradições indígenas (50,9%).

Em relação à raça e cor, os brancos formam a maior parte dos espíritas (63,8%) e também têm presença significativa entre os umbandistas e candomblecistas (42,9%). Pardos são maioria entre os evangélicos (49,1%) e entre os sem religião (45,1%). A população católica apresenta proporções equilibradas entre brancos (45,9%) e pardos (44%).

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