Isabel Veloso explica ‘remissão do câncer’ após críticas por divulgar curso: ‘Não é cura’

Isabel Veloso explica ‘remissão do câncer’ após críticas por divulgar curso: ‘Não é cura’

Redação Alô Alô Bahia

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Gabriel Moura, com informações de Quem!

Reprodução

Publicado em 27/05/2025 às 15:04 / Leia em 5 minutos

A influenciadora digital Isabel Veloso, de 19 anos de idade, que ganhou notoriedade na internet há dois anos ao compartilhar que era paciente de câncer em estágio terminal, foi massacrada semana na internet depois de publicar um vídeo promovendo um curso voltado ao apoio emocional e à rotina de pacientes com a doença logo após anunciar a remissão da doença.

O conteúdo, divulgado na quinta-feira (22), prometia aulas com orientações sobre o bem-estar durante o tratamento oncológico. Enquanto alguns internautas viram a atitude como um gesto solidário, outros interpretaram como sendo uma tentativa de lucrar em cima de uma condição e fase delicadas. Depois das críticas, nessa segunda-feira (26), a jovem fez questão de esclarecer que não está curada.

“Gente, vou falar uma coisa de novo. As pessoas ainda não entenderam. Remissão não é cura. Para eu conseguir a cura, eu preciso ficar cinco anos seguidos sem sinal de doença. Eu entrei em remissão por conta desse novo tratamento que comecei a fazer este ano que é uma imunoterapia. Foi uma loucura para conseguir essa medicação. Entrei na Justiça, consegui fazer, tive uma boa resposta e fui submetida a essa medicação para poder fazer um transplante de medula por doador, que é para me deixar mais tempo ainda em remissão se tudo funcionar e der certo”, começou a explicar no TikTok.

“Como vocês sabem, a minha doença é refratária, ou seja, ela resistiu a todos os tratamentos que fiz até agora. Então pode ser que resista a esse [tratamento]? Pode ser também. Eu comemorei por um motivo de estar feliz com a notícia, mas não [significa] que eu me curei.

O que é remissão?
Segundo o médico oncologista Ramon Andrade de Mello, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cancerologia, Pós-Doutor clínico no Royal Marsden NHS Foundation Trust (Inglaterra) e pesquisador honorário da Universidade de Oxford (Inglaterra), a remissão é o primeiro estágio da melhor notícia que todo oncologista deseja dar ao paciente.

“Em termos de fácil entendimento, a remissão pode ser parcial ou completa, temporária ou permanente. Isso significa que os sinais e sintomas do câncer estão reduzidos ou ausentes. A remissão parcial tem muita relação com a regressão da doença, ou seja, ela é a diminuição do tamanho de um tumor ou da extensão da doença no corpo, em resposta ao tratamento, o que diminui também os sintomas. Já a remissão completa é o desaparecimento de todos os sinais da doença em resposta ao tratamento. Isso nem sempre significa que o câncer foi curado, mas é uma boa notícia”, explica o oncologista.

De acordo com Ramon, a palavra “câncer” tem um forte estigma na sociedade e muitos, por falta de informações, julgam esse diagnóstico como o fim da linha. Mas isso não é necessariamente verdade: ainda existem boas notícias após o diagnóstico e tratamento da doença. “Mas nem sempre os termos oncológicos são de fácil entendimento. Muitos pacientes ficam em dúvida e confundem conceitos como o de regressão, remissão, seguimento e cura da doença”, destaca o médico.

Sobre regressão, o médico explica que o conceito de tem relação direta com o tamanho do tumor. “Então, quando há a diminuição do tumor ou da extensão da doença no corpo, falamos em regressão. Isso ocorre na maioria das vezes pelo tratamento. Há casos raríssimos de regressão espontânea com desaparecimento completo ou parcial de um tumor maligno”, explica o médico.

De acordo com o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cancerologia, o termo seguimento oncológico é o acompanhamento médico regular que um paciente deve fazer após o tratamento do câncer. “O objetivo é detectar a possibilidade de recidiva ou novos problemas. Essas consultas médicas regulares acontecem independentemente dos sintomas. O paciente passa por exames físicos e outros que podem incluir análises laboratoriais e de imagem”, diz Ramon.

Por fim, o médico explica que a cura significa permanecer em remissão completa por cinco anos ou mais. “Mesmo assim, algumas células cancerosas podem permanecer no corpo, por isso o acompanhamento médico é importante”, esclarece. “O mais importante para pensarmos em cura para o câncer é diagnosticar precocemente a doença. A cura também está atrelada ao tipo de tumor, de forma que alguns são mais agressivos e com maiores chances de metástases que outros. E existem alguns tumores que têm altas taxas de cura, até mesmo quando diagnosticados em fases avançadas”, diz o especialista.

Apesar das incertezas que cercam o paciente, o médico diz que o diagnóstico de câncer não é o fim da linha e que, em muitos casos, é possível chegar até as boas notícias. “Seguir o protocolo médico desenvolvido pelo especialista é fundamental”, destaca o oncologista.

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