Condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a dez anos de prisão por envolvimento em invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) usou as redes sociais na segunda-feira (19) para pedir doações com o objetivo de arcar com multas impostas pela Justiça.
Segundo a própria parlamentar, cerca de R$ 166 mil foram arrecadados poucas horas após a publicação.
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“Sempre defendi que a política deve ser feita com verdade e transparência. Por isso, estou abrindo o coração e mostrando publicamente o atual saldo da minha conta: R$ 166 mil, ESTE É O RESULTADO ATÉ AGORA DA CAMPANHA DE PIX, hoje de manhã, a conta estava negativa em R$14,8 mil.
Esse valor não cobre nem de longe as multas milionárias que o STF está tentando me impor: mais de R$ 4 milhões, além da perda do meu mandato. E tudo isso, mesmo sem o processo ter terminado e sem que eu tenha me beneficiado financeiramente de nada.
Lutei — e continuo lutando — pelo Brasil, pela liberdade e pela justiça. Agora preciso da ajuda de vocês.”, escreveu.
Na última semana, a Primeira Turma do STF condenou Zambelli por unanimidade pelos crimes de invasão de dispositivo informático e falsificação de documento. Segundo a decisão, ela e o hacker Walter Delgatti Neto devem pagar, juntos, uma indenização de R$ 2 milhões por danos morais coletivos. O julgamento também determinou a perda do mandato parlamentar, além de torná-la inelegível, caso a condenação transite em julgado.
Zambelli, que afirma ser vítima de “perseguição política”, disse ainda enfrentar dificuldades financeiras por conta dos processos judiciais. “Eu vivo com o meu salário de deputada, que não é baixo, mas com essa quantidade de multas fica impossível”, afirmou, referindo-se a pelo menos 20 ações movidas contra ela no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a maioria por disseminação de fake news.
Em outro processo no STF, Zambelli já foi considerada culpada por porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal, por ter sacado uma pistola e perseguido um homem na véspera do segundo turno das eleições de 2022, em São Paulo. A pena sugerida pelo relator Gilmar Mendes foi de 5 anos e 3 meses de prisão, mas o julgamento foi interrompido após pedido de vista do ministro Nunes Marques.