Três semanas depois de deixar uma clínica de reabilitação, Linn da Quebrada retomou a carreira artística com um show no último fim de semana e falou pela primeira vez sobre sua internação por uso abusivo de drogas.
Em entrevista ao “Fantástico”, que foi ao ar nesse domingo (11), a atriz e cantora revelou detalhes de sua luta contra a dependência química e compartilhou reflexões profundas sobre saúde mental, autocuidado e afeto.
Linn foi internada duas vezes no período de um ano. A primeira, em abril de 2023, aconteceu de forma involuntária. “Naquele momento, eu não entendia o que significava a depressão. E, nisso, veio junto também o abuso de substâncias”, disse.
Na segunda internação, voluntária, ela passou um mês na clínica e afirma ter se sentido acolhida, mesmo após a repercussão de um vídeo divulgado nas redes sociais, no qual aparece ao lado de um homem, em situação vulnerável, supostamente próxima da Cracolândia. “Nem era lá, mas, sim, eu estava em uso abusivo de substâncias”, contou.
Na entrevista, Linn falou com franqueza sobre as feridas emocionais que carrega desde a infância. “Não sabia o que era ter um pai. Nasci carente de ser amada. E essa criança que eu fui ainda me pede amor próprio”, relembrou.
Segundo ela, o vazio que tentou preencher com drogas não desapareceu, mas hoje busca outras formas de lidar com a dor. “Não vai ser com o uso abusivo de substâncias que eu vou conseguir tampá-los”, falou.
Linn também compartilhou trechos de seus diários, onde escreve para lidar com os sentimentos. Em uma das passagens, diz: “Se hoje eu decido ficar em casa, sóbria, lúcida, limpa, é por amor”.
Para ela, a arte tem sido fundamental nesse processo. “Sabe o nosso bote salva-vidas? A arte tem sido isso para mim”, afirmou após assistir, pela primeira vez, ao filme “Vitória”, em que contracena com Fernanda Montenegro.
Com um novo olhar sobre si e o mundo, Linn da Quebrada diz estar reconstruindo sua existência com base no afeto. E reconhece o medo de ser julgada: “Tenho medo do que as pessoas vão sentir ao me ver. Mas quero jogar com a verdade”.