Maternidade: casais de mulheres podem ter filhos biológicos através da reprodução assistida

Maternidade: casais de mulheres podem ter filhos biológicos através da reprodução assistida

Redação Alô Alô Bahia

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Publicado em 06/05/2025 às 17:20 / Leia em 4 minutos

Especialistas falam sobre alternativas, como a gestação compartilhada, que permitem que casais homoafetivos femininos tenham filhos

A possibilidade de casais homoafetivos gerarem seus próprios filhos biológicos através da reprodução assistida é uma realidade do mundo contemporâneo. No caso de casais de mulheres, a gestação compartilhada, regulamentada pelo Conselho Federal de Medicina, é uma das alternativas. “A gestação compartilhada permite a participação direta das duas mulheres no processo para conceber um filho”, explica Sofia Andrade, especialista em Reprodução Humana Assistida do Cenafert – Centro de Medicina Reprodutiva. Através da Fertilização in Vitro, o óvulo de uma das parceiras é fecundado com o sêmen de um doador e o embrião é implantado no útero da outra parceira.

 

A escolha de quem vai participar com o óvulo e quem conceberá deve ser avaliada pelo casal, criteriosamente, com a ajuda do especialista e, em muitos casos, suporte de um psicólogo. “Para a escolha de quem vai ceder os óvulos, é importante considerar fatores como idade, histórico de doenças genéticas e reserva ovariana. Já para quem vai ceder o útero, é importante uma avaliação geral da condição clínica para uma gestação”, explica Ana Cláudia Trigo, especialista em Reprodução Humana Assistida do Cenafert.

 

Outra alternativa para casais de mulheres que desejam ter filhos é a realização do mesmo procedimento de Fertilização in Vitro com sêmen de doador e o óvulo e o útero de apenas uma das parceiras, sem a participação física das duas. “É basicamente o mesmo método que é usado por mulheres que desejam ser mães solo”, esclarece Sofia Andrade. “Em alguns casos, em função da idade da mulher ou outros fatores, esse é a indicação mais viável para o casal”, acrescenta a especialista.

 

As mulheres também podem contar com a técnica de inseminação intrauterina (IIU) com sêmen de doador. A inseminação é uma técnica mais simples e indicada quando aparelho reprodutor da mulher que vai gerar o bebê está em boas condições. A técnica consiste na introdução do sêmen na cavidade uterina da mulher, durante seu período ovulatório, para que os espermatozoides encontrem o óvulo, possibilitando a fecundação.

 

Segundo Ana Cláudia Trigo, esses procedimentos apresentam bons resultados, mas é importante lembrar que nem sempre a gravidez acontece na primeira tentativa. “São procedimentos seguros, mas devem ser realizados sempre em clinicas especializadas”, lembra a médica.

 

Desde 2013 que o Conselho Federal de Medicina (CFM) reconhece o direito de casais homoafetivos terem filhos com a ajuda dos métodos de reprodução assistida. Essa conquista veio após o Supremo Tribunal Federal (STF), em 2011, ter reconhecido a união estável entre pessoas do mesmo sexo, passando a considera-la também como núcleo familiar.

 

Banco de Sêmen

As pacientes podem optar por bancos de sêmen nacionais ou estrangeiros. A escolha do doador pode ser feita com base em características físicas, genéticas e pode levar em conta até hábitos do doador. .

No Brasil, a doação de gametas e embriões não pode ter fins lucrativos e há um limite de idade estabelecido: 35 anos para mulheres que vão doar óvulos e 50 para homens que doarão sêmen.

“Doadores voluntários passam por rigorosa avaliação para garantir a qualidade do sêmen e muitos, inclusive, não são aceitos, pois é feita uma triagem de doenças genéticas, Infecções Sexualmente Transmissíveis e outras condições que garantam a segurança da mãe e do bebê”, finaliza Sofia Andrade.

 

 

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